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Publicação da UFV sobre insegurança alimentar e nutricional é disponibilizada em site da ONU

09/06/2025

Capa do livro

O site no Brasil da Organização das Nações Unidas (ONU) disponibilizou o e-book Insegurança Alimentar e Nutricional em Grupos Vulneráveis, organizado por pesquisadoras da UFV e publicado em parceira com o Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (IPPDS). Para a oferta do material no site, a ONU justifica que a publicação “objetiva avaliar as condições de segurança alimentar e nutricional de grupos vulneráveis, apresentar políticas, programas e ações relacionadas, com o intuito de ampliar a discussão da temática entre acadêmicos e profissionais de diferentes áreas relacionadas à segurança alimentar e nutricional”. Para isso, considera particularmente os grupos vulneráveis de agricultores familiares, indígenas, quilombolas, população em situação de rua, ribeirinhos, imigrantes e refugiados, e população LGBTQIA+.

O material teve como organizadoras as pesquisadoras Dayane de Castro Morais, Sílvia Oliveira Lopes, Elizângela da Silva Miguel e Núbia de Souza de Morais, sob a coordenação da professora Sílvia Eloiza Priore, do Departamento de Nutrição e Saúde (DNS). Para elas, “foi uma grata surpresa ver o material divulgado no site da ONU”, a partir da iniciativa de uma consultora da página, que teve conhecimento do trabalho. Ela fez uma breve apresentação do material, relacionando a temática abordada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): 1. Erradicação da pobreza, 2. Fome Zero e Agricultura Sustentável, 3. Saúde e bem-estar, 8. Trabalho decente e crescimento econômico, 10. Redução das desigualdades, 11. Cidades e comunidades sustentáveis, e 12. Consumo e produção responsáveis.

A temática da insegurança alimentar e nutricional, inclusive em grupos vulneráveis, segundo as pesquisadoras, sempre foi abordada na disciplina “NUT 357 – Nutrição Social” do campus Viçosa, e discutida nos grupos de pesquisa. “Porém, a invisibilidade dos grupos de agricultores familiares, indígenas, quilombolas, população em situação de rua, população ribeirinha, imigrantes e refugiados e LGBTQIA+ nos fez introduzir a discussão nos últimos anos como tópico específico, relacionada à insegurança alimentar e nutricional e pesquisas nacionais relacionadas à saúde e nutrição e despertaram inquietações e vontade de continuar estudando o assunto”, explica a professora Sílvia Priori.

Diante das discussões e da necessidade de dar visibilidade a estes grupos, as pesquisadoras decidiram elaborar esse material, em parceria com alunos da NUT 357 e de pós-graduandos e pós-doutorandos que atuam nessa disciplina. O e-book foi publicado em formato on-line e de maneira gratuita para que todos possam ter acesso à publicação.

Para as organizadoras do livro, a publicação contribui para disseminar políticas, programas e ações de promoção de segurança alimentar e nutricional e de saúde, bem diante do diagnóstico situacional existente. Elas acrescentam que as principais conclusões são de que a população enfocada caracteriza-se como de alta vulnerabilidade, principalmente socioeconômica: “os dados epidemiológicos referentes à situação de insegurança alimentar e nutricional e agravos à saúde reforçam a invisibilidade desses grupos”.

Embora existam políticas, programas, planos e estratégias que direcionam as ações para a promoção da segurança alimentar e nutricional e saúde desses grupos, as pesquisadoras defendem a necessidade de serem mais divulgadas e interiorizadas pelos agentes, que elaboram as regulamentações e que trabalham com essa população, com o intuito de fortalecer as ações e tornar o serviço de atenção integral mais eficiente.

Apesar de ser relativamente recente a publicação e divulgação do e-book no site da ONU, as pesquisadoras da UFV consideram que tem sido boa a receptividade. Servidores dos ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Saúde, inclusive, já elogiaram o material. A partir da divulgação dele na ONU Brasil, elas receberam ainda outros contatos, como do Instituto Pacto contra a Fome, com a intenção de conhecer e divulgar mais o trabalho e a temática dos grupos vulneráveis, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional e saúde. “Esse reconhecimento nos deixou felizes e contempladas, com o sentimento que estamos no caminho certo da ciência aberta e de qualidade”, comenta Sílvia Priori.