Institucional
Todos os campi
05/02/2025
Aranha Pax islamita dentro do abrigo construído antes de sua morte pelo parasita
Mais uma contribuição foi dada por pesquisadores da UFV no que diz respeito à compreensão das interações entre parasitas e hospedeiros. Depois da descoberta relacionada às aranhas minúsculas da espécie Cryptachaea migrans e vespas de Darwin da espécie Zatypota alborhombarta, divulgada pelo site da UFV, em 2024, um novo estudo sugere haver uma convergência evolutiva na estratégia usada por diferentes grupos de parasitas para manipular o comportamento de suas aranhas hospedeiras.
Liderado pelo aluno Ítalo Mendes Delazari, do Programa de Pós-graduação em Ecologia da UFV, o estudo indica que quatro grupos de inimigos naturais - vespas caçadoras (família Pompilidae), vespas de Darwin (família Ichneumonidae), moscas parasitas (família Acroceridae) e fungos parasitas (gênero Gibellula) – podem ter encontrado a mesma situação evolutiva para manipular o comportamento das aranhas hospedeiras, estratégia caracterizada pela construção de teias modificadas. Tais estruturas podem tanto proteger esses grupos quanto servir de base para a fixação do cadáver da aranha na vegetação, um fator essencial para o desenvolvimento dos fungos parasitas.
A pesquisa orientada pelo professor Thiago Kloss, do Departamento de Biologia Geral, gerou o artigo Masters of Puppets: Could Ecdysteroids Route Be a Common Pathway for Behavioral Manipulation in Spiders by Different Parasites? publicado, em janeiro, no Biological Journal of the Linnean Society. O estudo contou com a participação da pós-doutoranda Thairine Mendes Pereira, do Departamento de Entomologia da UFV, e do aluno Stephen Saltamachia, da University of Louisiana at Lafayette.
Por meio de uma revisão sistemática, os pesquisadores observaram que as teias construídas por aranhas parasitadas por esses diferentes grupos de inimigos naturais apresentam semelhanças com as teias de ecdise. Essas últimas são estruturas utilizadas naturalmente pelas aranhas para garantir proteção durante a troca do exoesqueleto (uma estrutura rígida que reveste o corpo das aranhas e precisa ser substituída periodicamente para permitir o crescimento). Durante esse processo, as aranhas ficam extremamente vulneráveis, e uma queda da teia pode resultar em morte. Para minimizar esse risco, elas investem na construção de teias mais resistentes.
Com base na similaridade entre as teias de ecdise e aquelas construídas por aranhas parasitadas por vespas, fungos e moscas, os autores sugerem que esses grupos distintos de inimigos naturais podem ter desenvolvido mecanismos convergentes para induzir a construção dessas teias reforçadas, assegurando maior proteção para os parasitas durante o desenvolvido da fase de pupa (vespas e moscas) ou da produção de esporos (fungos).
O professor Thiago Kloss explica que as alterações no comportamento de organismos parasitados podem ocorrer de diferentes formas, desde um deslocamento do hospedeiro para locais onde ele normalmente não vai até a construção de estruturas complexas que podem aumentar a proteção dos parasitas manipuladores. Em geral, essas alterações resultam em algum tipo de benefício para os parasitas, como o aumento das suas chances de sobrevivência e de dispersão para novos hospedeiros. Tal fenômeno é conhecido como “manipulação comportamental”.
A expectativa dos pesquisadores é que os resultados obtidos contribuam para a compreensão da evolução das interações entre parasitas e seus hospedeiros e possam guiar estudos experimentais futuros para testar as hipóteses levantadas. O trabalho completo pode ser acessado pelo link: https://doi.org/10.1093/biolinnean/blaf001.
Nas imagens, estão registradas estruturas de seda construídas por aranhas com comportamento alterado, parasitadas por diferentes parasitas. (A) Teia modificada construída por aranhas parasitadas pela vespa de Darwin Polysphincta janzen (Ichneumonidae), estrutura idêntica à teia de ecdise (fotografia: Thiago Kloss). (B) Pupa da vespa Minagenia sp. (Pompilidae) presa à teia construída pela aranha hospedeira Lycosa sp. (Lycosidae) antes de ser morta pelo parasitoide, estrutura semelhante à utilizada durante a muda em aranhas não infectadas (fotografia: Marco Benamú). (C) Aranha Pax islamita (Zodariidae) parasitada pelo díptero Ogcodes sp. (Acroceridae) dentro do abrigo construído antes de sua morte pelo parasita, semelhante ao utilizado durante a ecdise (fotografia: Pekár, Lubin, 2020). (D) Aranha Colonus sp. (Salticidae) infectada pelo fungo Gibellula sp. (Cordycipitaceae) (fotografia: Stephen Saltamachia). A seta indica o "leito de morte" construído pela aranha antes de ser morta pelo fungo, uma estrutura semelhante à observada durante a ecdise.
Institucional
Programa Papo Educação reestreia na Rádio Universitária
05/02/2025
Institucional
Estudo amplia conhecimento sobre estratégias de parasitas para manipular comportamento de suas aranhas hospedeiras
05/02/2025
Institucional
Divulgada primeira chamada de classificados para Licenciatura em Educação do Campo
04/02/2025
Falecimento
Luís Carlos da Cunha (1984-2025)
04/02/2025
Programa Papo Educação reestreia na Rádio Universitária
05/02/2025
Estudo amplia conhecimento sobre estratégias de parasitas para manipular comportamento de suas aranhas hospedeiras
05/02/2025
Divulgada primeira chamada de classificados para Licenciatura em Educação do Campo
04/02/2025
UFV discute parcerias com Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
04/02/2025
CCA e CCB divulgam editais de convocação para organização das listas tríplices de diretores
04/02/2025