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UFV inicia atividades da primeira manufatura para pesquisas com baterias de íons lítio de Minas Gerais

04/09/2023

Foto de bateria em formato de moeda sendo segurada no ar por uma pinça. Ao fundo, equipamento eletrônico verde.

Uma das baterias montada na UFV, com equipamento utilizado no processo de manufatura, ao fundo

Pesquisadores dos departamentos de Química (DEQ), Física (DPF) e Engenharia Florestal (DEF) da UFV já começaram a caracterização dos materiais sintetizados e a produção de baterias de íon lítio coin cell (tipo moeda) para estudos científicos e tecnológicos. A manufatura da Universidade é a primeira de Minas Gerais, a segunda do Sudeste e a terceira do Brasil.

O trabalho integra o projeto Desenvolvimento de Materiais Avançados de Alta Performance para Baterias de Íons Lítio, aprovado na chamada Ação Transversal Materiais Avançados e Minerais Estratégicos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com valor de R$ 1.678.456,14. O objetivo é desenvolver novos materiais catódicos com alto teor de níquel (Ni), baixo teor de Cobalto (Co) e dopados com metais como Nióbio (Nb), Tungstênio (W) ou Alumínio (Al). O projeto conta ainda com a síntese e estudos de eletrólitos sólidos para este tipo de bateria com o intuito de aumentar a segurança de tais dispositivos.

Segundo o professor Reinaldo Francisco Teófilo, do DEQ, baterias com alto teor de Ni são um desejo da indústria de veículos elétricos (EVs), híbridos (HEVs) ou plug-in (PHEVs), por terem maior densidade de carga e serem menos prejudiciais ambientalmente. Esse tipo de bateria contém menos Co, considerado cinco a dez vezes mais poluidor do que o manganês (Mn), Ni ou ferro (Fe), além de ser um elemento de alto custo e com questões éticas envolvidas na sua produção.

Ainda de acordo com Reinaldo, a equipe multidisciplinar da UFV já conseguiu sintetizar, produzir diversas baterias e testá-las. Agora, chegaram equipamentos que ajudarão a aumentar a produção e obter melhores resultados.

As atividades ocorrem da seguinte forma: no DEQ estão os equipamentos para síntese dos materiais e a manufatura das baterias, enquanto o DPF tem a função de caracterizar os materiais e as baterias, sob a coordenação dos professores Sukarno Olavo Ferreira e Joaquim Bonfim Santos Mendes. Também no DPF, a infraestrutura fica alocada principalmente no Laboratório de Materiais Avançados e no de Eletrodeposição, Superfícies e Películas Avançadas. O DEF, por sua vez, sob coordenação da professora Angélica de Cássia Oliveira Carneiro, fornece carvão ativado sustentável, feito a partir de bagaço de cana-de-açúcar ou eucalipto para a produção dos cátodos.

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