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Campus Viçosa

UAES se prepara para retomada de agenda de atendimento ambulatorial

20/07/2020

Somente na UAES são oferecidos alguns serviços do SUS

Depois de quatro meses sem oferecer atendimento nas suas tradicionais áreas de atuação, a Unidade de Atenção Especializada em Saúde (UAES) da UFV voltará a agendar consultas, a partir da segunda quinzena de agosto. O espaço estava funcionando, desde abril, como Unidade Covid-19, uma parceria entre a UFV e a Prefeitura de Viçosa para atender somente pacientes com sintomas de contaminação do novo coronavírus. Ela foi criada para evitar sobrecarga de atendimento nas emergências dos hospitais, nas Unidades de Saúde da Família e na Divisão de Saúde da UFV. O objetivo era dar tempo para que os serviços se estruturassem com a formação de recursos humanos, aquisição de equipamentos, insumos e adequação dos leitos.

Com esta etapa vencida, conforme avaliação da coordenação da Unidade Covid-19, a prioridade neste momento é a retomada dos atendimentos especializados da UAES. Isso se faz necessário, segundo o assessor de Saúde da UFV, Bruno David Henriques, pelo fato de que, em Viçosa e microrregião, alguns serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), como Ambulatório de Reumatologia, só são oferecidos ali. Portanto, com o retorno das atividades da UAES, os pacientes voltarão a ter seus acompanhamentos, que estavam suspensos. Esta é uma decisão relevante, levando-se em conta que a Unidade de Atenção Especializada em Saúde atende a população de dez municípios, o que representa cerca de 130 mil pessoas.

A chefe do Departamento de Medicina e Enfermagem (DEM) da UFV, professora Cristiane Chaves de Souza, conta que há muitos pacientes com demandas de consultas especializadas oferecidas na UAES necessitando de atendimento. Dentre essas especialidades, ela cita ginecologia e obstetrícia, pediatria, cardiologia, pequenas cirurgias, gastroenterologia, urologia e endocrinologia. O atendimento a esses pacientes é essencial, especialmente para a população com doenças crônicas, além de gestantes, que pertencem ao grupo de risco para a Covid-19.

Unidade Covid-19

Até meados de julho, a Unidade Covid-19 atendeu aproximadamente 700 pacientes. Para o assessor de Saúde da UFV, ela foi um importante serviço prestado à população de Viçosa, e ficará como exemplo de atuação coletiva. Além disso, representou, em sua opinião, uma oportunidade de amadurecimento profissional para todos que ali atuaram, já que sua organização e funcionamento geraram protocolos, fluxos e dinâmicas de trabalho bastante diferenciadas - e até mais complexas - em relação aos atendimentos usuais.

A professora Cristiane considera a Unidade Covid-19 resultado de “um trabalho minuciosamente construído por muitas mãos, e à base de muito diálogo, tendo sempre como eixo principal o atendimento de qualidade ao paciente”. Ela, que dividiu com o professor Bruno e com o secretário municipal de Saúde, Marcus Antônio Amarante Viana Schitini, a coordenação da Unidade Covid-19, destaca também a importância do espaço para o fortalecimento dos vínculos preexistentes entre a Universidade e a rede assistencial de saúde de Viçosa.

A chefe do DEM lembra que “mesmo antes da pandemia, o Departamento de Medicina e Enfermagem já tinha uma integração muito grande com a comunidade, por meio das atividades desenvolvidas nos programas de residência médica, internato médico, estágios supervisionados de enfermagem e de vários projetos de ensino, pesquisa e extensão”. Em sua avaliação, “a pandemia reforçou estes vínculos e deu maior visibilidade à grande contribuição que a UFV oferece para a comunidade, especialmente na área da saúde”.

Marcus Schitini também destaca as parcerias em torno das quais foi possível formalizar as ações da Unidade Covid-19. Com a UFV, em especial, ele acredita que ficará o legado de um trabalho que somou o conhecimento técnico-científico à gestão pública. O secretário de Saúde reforça o papel importante que a Unidade Covid-19 teve para Viçosa e região, e a tranquilidade que ela proporcionou centralizando o atendimento de casos suspeitos, enquanto a rede municipal de saúde se estruturava. “Foi um período para ganharmos fôlego”, afirma.

Durante o tempo de funcionamento da Unidade Covid-19, conforme o secretário, as equipes de saúde da família foram capacitadas por profissionais da UFV, e o município pôde disponibilizar Equipamentos de Proteção Individual, auxiliar no manejo de pacientes e regulamentar a questão sanitária. Também foi criado o posto de coleta de exames para a Covid-19 da Vigilância Epidemiológica e adquiridos equipamentos e insumos para testes rápidos de rastreio, numa parceria com laboratórios da UFV.

Todas estas ações indicam que os hospitais e as Unidades Básicas de Saúde de referência de Viçosa estão capacitados para atender pacientes com Covid-19. Tanto é que, segundo o secretário, o Hospital São João Batista também ampliará o atendimento e terá equipes disponíveis 24 horas, durante todos os dias da semana, para este tipo de atendimento. Sem falar do serviço Telessaúde Covid, que continuará realizando o manejo clínico dos pacientes com suspeita da doença.

Com o encerramento das atividades da Unidade Covid-19, fica, de acordo com a sua coordenação, “um agradecimento especial a todos que contribuíram para que o projeto fosse viabilizado”. Os professores Bruno e Cristiane citam como exemplo servidores técnico-administrativos e docentes de diversas áreas da UFV, que aceitaram o convite para trabalhar como voluntários na área administrativa da Unidade. Fica também, segundo eles, “a gratidão aos profissionais de serviços gerais, saúde e segurança da UFV e da Prefeitura de Viçosa que, durante todos esses meses, estiverem firmes nessa caminhada”.

UAES

A Unidade de Atenção Especializada em Saúde é um ambulatório 100% vinculado ao SUS, fruto de uma parceria entre a UFV e o município de Viçosa, que cedeu espaço para construção da sede. Ajudam no seu custeio nove municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião Viçosa (Cismiv): Araponga, Cajuri, Canaã, Coimbra, Paula Cândido, Pedra do Anta, Porto Firme, São Miguel do Anta, Teixeiras e Viçosa.

Sua atuação se dá por meio da articulação ensino e serviço, com atendimento realizado por estudantes de graduação e pós-graduação, sempre supervisionados por um profissional. O trabalho acontece em uma perspectiva multidisciplinar, envolvendo profissionais das áreas de Nutrição, Medicina e Enfermagem.

 

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