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UFV é sede de Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Agricultura de Montanha no Brasil

03/07/2025

A UFV será sede de um novo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), desta vez sobre Montanhas: mudanças climáticas, agricultura, segurança hídrica e alimentar e serviços ecossistêmicos. O projeto, coordenado pelo professor Teógenes Senna de Oliveira, do Departamento de Solos, foi aprovado no edital do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) e receberá investimento de R$14.372 milhões.

Segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os projetos aprovados para a  chamada 46/2024 receberão investimentos da ordem de R$1,56 bilhão, cinco vezes maior que no último ano.

Os INCTs são redes multi-institucionais e interdisciplinares dedicadas à investigação científica em temáticas estratégicas e ao enfrentamento a grandes desafios nacionais. O Programa foi criado em 2008, pelo MCTI, por meio do CNPq, com a participação das fundações estaduais de amparo à pesquisa. Ele engloba projetos de pesquisa de temáticas complexas, em institutos formados por grandes redes nacionais de pesquisa, com ênfase na cooperação internacional e voltados ao desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e tecnológico.

Este mesmo edital já havia aprovado, em abril, a criação de dois novos Institutos na UFV: Solos do Brasil: inovação como chave para uso sustentável, coordenado pelo professor Carlos Ernesto Schaefer, também do Departamento de Solos, e o de Ciência Animal, coordenado pelo professor Sebastião de Campos Valadares Filho, do Departamento de Zootecnia.


O INCT Montanha

De acordo com o professor Teógenes, a proposição deste INCT foi estimulada pela constatação da carência de estudos sobre agricultura de montanha no Brasil. Ele explica que o país possui 7% de seu território coberto por regiões montanhosas e depende fortemente desses ecossistemas para serviços ecossistêmicos cruciais, como a regulação do ciclo hidrológico, a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas. Essas áreas abrigam cerca de 30% das espécies endêmicas e 40% das nascentes de bacias brasileiras, tendo papel vital na segurança hídrica do país. Além disso, as montanhas são polos de produção agrícola, com destaque para a cafeicultura – 70% do café brasileiro é cultivado em regiões montanhosas – bem como a produção de frutas e hortaliças, fundamentais para a segurança alimentar. “No entanto, esses ambientes são particularmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas e a pressão humana, enfrentando desafios como erosão, escassez hídrica e perda de biodiversidade. O INCT Montanhas surge como uma resposta direta a essa necessidade de conhecimento e soluções adaptadas”, afirma. 

Campo de experimento da UFV na região montanhosa da Zona da Mata Mineira

O objetivo geral do INCT Montanhas é articular uma rede interdisciplinar de pesquisadores para promover a agricultura sustentável e a conservação dos serviços ecossistêmicos em ambientes montanhosos do Brasil, incentivando a cooperação nacional e internacional.

Ainda de acordo com Teógenes, o projeto representa um esforço monumental para a UFV e para o Brasil, posicionando o país como líder global na pesquisa e gestão sustentável de ecossistemas de montanha. “As soluções desenvolvidas terão impacto direto na vida de milhões de pessoas que habitam essas regiões, além de beneficiar áreas que dependem dos recursos hídricos e serviços ecossistêmicos provenientes delas”, destaca.


Instituições parceiras

A UFV será a instituição sede do Instituto, que abrange ainda 15 instituições nacionais e sete estrangeiras. São elas: Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), de Santa Catarina (UFSC), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), do Ceará (UFC), de Lavras (UFLA), do Espírito Santo (UFES), de São Carlos (UFSCAR), de Pernambuco (UFRPE) e Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Federal do Espírito Santo (Campus Itapina); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG) e Embrapas Agrobiologia (CNPAB), Solos e Gado de Leite (CNPGL).

Também fazerm parte as seguintes instituições estrangeiras: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Instituto Politécnico de Bragança (IPB), em Portugal; University of Illinois at Urbana-Champaign (UIUC) e Texas A&M University (TAMU), nos Estados Unidos; Universidad de Zaragoza (UNIZAR), Espanha; Imperial College London, na Inglaterra, e Universidad del Quindío (UNIQUINDIO), na Colômbia.