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26/06/2025
O projeto ensina o modo de preparo e a aplicabilidade das tintas
Um projeto de extensão do Departamento de Engenharia Civil (DEC) tem levado mais cor e conhecimento para comunidades de Viçosa e microrregião com o desenvolvimento e a distribuição de tintas imobiliárias sustentáveis e de baixo custo, produzidas a partir do resíduo gerado no beneficiamento de rochas ornamentais. O projeto intitulado ColorINDO: A Transformação Social por Meio da Pintura de Casas é coordenado pelo professor Leonardo Gonçalves Pedroti e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Desde que foi implementado, em 2023, cerca de 90 pessoas já foram beneficiadas, com pintura de casas e de espaços coletivos de comunidades em situação de vulnerabilidade, previamente mapeadas. O objetivo do projeto é pintar dois mil metros quadrados de paredes. Para isso, tem promovido capacitações para moradores das comunidades sobre temas que vão da produção das tintas econômicas à aplicação delas nas construções. Antes, porém, da execução prática do projeto, a equipe do ColorINDO se dedicou a pesquisas para o desenvolvimento de uma tinta de alta qualidade, que atendesse às normas técnicas e padrões necessários para garantir o uso adequado.
A equipe pesquisou variadas misturas de tintas à base de resíduo do beneficiamento de rochas ornamentais. Foram utilizados resíduo (pigmento), água (solvente) e resina poliacetato de vinila-PVA (ligante). Para a produção das tintas, a equipe utilizou um modelo experimental baseado em um delineamento estatístico de misturas. O produto final recebeu avaliação quanto ao poder de cobertura da tinta seca, rendimento, razão de contraste, resistência à abrasão e viscosidade. Ao todo, foram produzidos 960 litros de tinta a partir de quase uma tonelada de resíduo coletado em diferentes marmorarias da microrregião de Viçosa.
Na verdade, a equipe coordenada pelo professor Leonardo Pedroti vem pesquisando tintas com adições de resíduos desde 2017, o que já resultou em dissertações e teses defendidas no Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da UFV, além de trabalhos publicados em periódicos de alto impacto e apresentados em congressos. Resultou também em uma patente obtida, em 2023, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O interesse pelo assunto, segundo o professor, está diretamente relacionado ao desejo de se “minimizar o impacto negativo que a enorme quantidade de resíduo gerada pela indústria do beneficiamento das rochas ornamentais causa ao meio ambiente”. Uma alternativa ao descarte desses materiais tem sido a transformação dos resíduos em produtos para a construção civil, como as tintas sociais.
Além de reduzir os danos ambientais, essas tintas se revelam como um caminho para evitar a precariedade observada atualmente em grande parte das habitações brasileiras, onde a pintura, muitas vezes, é ignorada ou acaba sendo feita de maneira incorreta, não recebendo a devida manutenção. Como consequência, as construções apresentam problemas que afetam a vida da comunidade, inclusive provocando doenças. O que se busca com as tintas sociais é a aplicação de um produto sustentável em paredes externas e internas, que evite desconforto e problemas estruturais futuros - como infiltrações e proliferação de fungos e bactérias.
Para a aplicação das tintas, os pesquisadores e estudantes envolvidos no projeto fizeram contato com as comunidades, ouviram relatos de seus moradores e identificaram as principais patologias nas edificações. A partir desse diagnóstico, foram realizados workshops e capacitações sobre a importância do acabamento adequado nas edificações e sobre como criar e aplicar as tintas sociais. Até porque o objetivo da equipe do ColorINDO é ensinar aos moradores e demais interessados, o modo de preparo das tintas e a sua aplicabilidade, visando prolongar os resultados do projeto. Houve, ainda, distribuição de cartilhas com orientações para o desenvolvimento das técnicas e, em alguns casos, a formação de mutirões para a produção de tintas à base de solo e para sua aplicação.
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Uma das beneficiadas com as ações do ColorINDO foi Neuza do Nascimento Caetano Gonzaga, moradora do Conjunto Habitacional Coelhas 2. A pintura renovou a fachada de sua residência (fotos acima), que ocupa uma área aproximada de 88 metros quadrados. O reconhecimento veio com os adjetivos: “pintura maravilhosa”; “equipe nota 1000” e “sem palavras para agradecer”. Também naquele conjunto habitacional, um espaço multiuso, que abrigará cursos profissionalizantes para a população, recebeu cara nova. Para atender a essa demanda, especificamente, foram utilizados, em um primeiro momento, cerca de 40 litros de tinta para pintar uma área de aproximadamente 100 metros quadrados.
A boa repercussão com o resultado final acabou gerando uma segunda ação no local, com a pintura de mais 120 metros quadrados. “Além de melhorar a estética do espaço, as ações realizadas ali reforçaram a importância da colaboração comunitária e do uso de tintas sustentáveis”, conta o professor Leonardo Pedroti. “O trabalho simbolizou também o engajamento da população na construção de um espaço mais agradável, alinhado a práticas ambientais responsáveis”.
A Comunidade Terapêutica Renascer, na zona rural de Ervália, recebeu trabalho completo de pintura interna e externa com a utilização de 280kg de resíduo
Vale destacar que, além do professor Leonardo, integram a equipe do ColorINDO: os professores do DEC, Maria Cláudia Sousa Alvarenga e José Maria Franco de Carvalho; a professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU), Beatryz Cardoso Mendes; as doutorandas Ariel Miranda de Souza e Hellen Regina de Carvalho Veloso Moura; o professor Ricardo André Fiorotti Peixoto, da Universidade Federal de Ouro Preto; e os estudantes bolsistas e voluntários dos cursos de graduação e pós-graduação de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo. Também compôs a equipe a ex-doutoranda do DEC, Márcia Maria Salgado Lopes.
Para a realização do projeto, Leonardo destaca o “apoio essencial” da Fapemig, do DEC, do DAU e da Rede Mineira de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, que vem viabilizando a articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Ressalta também a contribuição do Laboratório de Materiais de Construção (LMC), do Grupo de Pesquisa em Sustentabilidade e Inovação na Construção (Sicon) e, principalmente, dos estudantes da graduação, que organizam e integram todas as ações. “Cada contribuição tem sido fundamental para transformar o ColorINDO em uma ferramenta real de transformação urbana e inclusão social”, avalia.
Os interessados em mais informações e na obtenção das tintas podem entrar em contato pelo e-mail leonardo.pedroti@ufv.br.
Fotos: Arquivo do ColorINDO.
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