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Ações no campus Viçosa ajudam a fazer da UFV uma universidade mais sustentável

05/06/2023

Um pátio aberto, onde 2 caminhões descarregam caixas de papelão e funcionários vestidos de laranja fazem a triagem.

Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), a UFV fará o lançamento do “Selo UFV + Sustentável”. Daqui para frente ele será entregue a todos os setores que aderirem ao objetivo da instituição de alinhar a redução de impactos ambientais a rotinas socialmente mais justas e economicamente eficientes. E a cada dia cresce o número de departamentos e unidades que estão aderindo à causa, especialmente no que diz respeito à coleta seletiva de resíduos. Tem até horta em uma moradia estudantil que, em breve, vai receber adubo produzido com o resíduo orgânico coletado no campus Viçosa, onde ele também é compostado.

Se antes, todo o resíduo produzido pela UFV-Viçosa ia parar no aterro sanitário da cidade, hoje a diretriz é que ele siga um caminho que permita a sua inserção em alguma cadeia produtiva, seja para a reciclagem, seja para a compostagem ou para o coprocessamento. Um passo importante neste sentido foi dado pela Divisão de Gerenciamento de Resíduos (DGS), vinculada à Diretoria de Meio Ambiente (DAM), com a realização da caracterização gravimétrica dos resíduos gerados nas atividades acadêmicas, administrativas, comerciais e moradias estudantis. Durante uma semana do mês de maio, esses resíduos foram coletados, triados e pesados de acordo com o tipo (papéis, metais, vidros, plásticos, orgânicos, etc.). Ao todo foram 10,7 toneladas.

O objetivo era entender quanto, em média, cada uma das frações representa dentro do total de resíduo diariamente gerado no campus, e saber o percentual de reciclável e orgânico que ainda vai para a coleta de rejeito encaminhado para o aterro. A ação buscou também avaliar a qualidade dos resíduos que seguem para a Coleta Seletiva Solidária da UFV. Todos os dados foram compilados e estão disponíveis no relatório que a DAM está preparando para encaminhar à administração superior da Universidade no sentido de subsidiar estratégias de gestão dos resíduos.

Mesa longa na Usina de Reciclagem, onde funcionárias de luvas e avental separam os diferentes rejeitos.

Algumas informações relevantes que já podem ser destacadas dizem respeito aos percentuais dos resíduos: recicláveis (48,9%), orgânicos (15%) e rejeitos (36,1%). Os dados indicam um potencial de expansão da coleta seletiva de até 13,9%, permitindo a saída dos atuais 35% para 48,9%. Para a compostagem, ele seria de 13%, saindo de 2% para 15% do total de resíduos coletados atualmente. Esse potencial significaria ampliar as médias diárias de coleta seletiva em 195 kg, passando de 853 kg/dia para 1048 kg/dia de coleta destinada às associações de catadores. Os atuais 53 kg/dia, em média, enviados para compostagem, saltariam para 322 kg/dia. Considerando este potencial, a capacidade de redução dos quantitativos encaminhados ao aterro é de aproximadamente uma tonelada/dia. Isso permitiria não só a redução do impacto ambiental, como também dos custos operacionais e, o mais importante, traria ganhos para a sociedade e para a formação dos estudantes.

Estratégias
De acordo com o diretor da DAM, Ulisses Bifano, os dados obtidos com a caracterização gravimétrica vão permitir a adoção de estratégias de curto, médio e longo prazos para que o “lixo zero” seja de fato uma realidade na UFV. Em termos práticos isso significa fazer o máximo aproveitamento e encaminhar de forma correta os resíduos recicláveis e orgânicos, além de reduzir os rejeitos que vão para o aterro sanitário de Viçosa. Somente em 2022, a UFV deixou de enviar para o aterro 213 toneladas de resíduos. A ideia, portanto, é aumentar o volume do que é encaminhado para compostagem e reciclagem. Com os dados gravimétricos em mãos, isso ficará mais fácil.

Conhecer com mais detalhamento os resíduos gerados possibilitará que se proponha mudanças, por exemplo, sobre a compra de produtos que acabam virando rejeito no dia a dia da UFV, como esponjas plásticas e copos plásticos descartáveis, que levam até 400 anos para se decompor. “Há uma série de dificuldades que só vão ser solucionadas se trabalharmos de forma proativa”, afirma Ulisses.

Com os dados, ficará mais fácil também criar protocolos, organizar treinamentos, rever ações, planejar espaços, mão de obra e custos. Enfim, ter um plano de gerenciamento de resíduos. Essa é, inclusive, uma das metas do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). “Se não tivermos os quantitativos das frações, não conseguiremos instituir uma política eficiente, arrojada e moderna na área”, avalia Ulisses.

Dois funcionários da Usina fazem a pesagem de rejeitos, enquanto uma funcionária faz anotações.

O diretor da DAM considera a caracterização gravimétrica um marco zero para a gestão dos resíduos. A ideia é repeti-la periodicamente para avaliar os resultados de cada ciclo de planejamento. A equipe da Diretoria de Meio Ambiente compartilha o sonho de ver a UFV reconhecida pelas ações em sustentabilidade sendo geridas de forma integrada, com a participação de toda a comunidade universitária. A Universidade, conforme a equipe, já é uma referência importante quando o assunto é sustentabilidade, mas ela tem condições de ser uma referência ainda maior na área, como já é no setor agrário.

O caminho vem sendo trilhado com as boas práticas adotadas e com o envolvimento crescente de estudantes, professores e técnicos em projetos vinculados ou não à Diretoria de Meio Ambiente e suas divisões. Hoje, o setor conta com estagiários de diferentes cursos e participa de projetos de ensino, pesquisa e extensão que vão ajudando a formar profissionais para atuar numa causa que é global.

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