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UFV irá sediar Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fisiologia de Plantas em Condições de Estresse

15/12/2022

Dois pesquisadores conduzem seus experimentos em uma bancada iluminada por luz amarelada.

O INCT envolve pesquisadores de diversas áreas e universidades

A exposição a estresses, como excesso ou falta de água, pode afetar aspectos da fisiologia da planta e causar mudanças generalizadas nos processos celulares. Algumas dessas alterações são respostas adaptativas, que levam à resistência e representam alvos potenciais para o melhoramento genético. Outras, no entanto, refletem os danos causados pelas mudanças no clima, ao longo do tempo, de forma ainda pouco conhecida. Aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos fisiológicos pelos quais as plantas lidam com estresses é o objetivo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fisiologia de Plantas em Condições de Estresse, que será sediado na UFV. Ele também deverá ampliar as pesquisas sobre os mecanismos do estresse em espécies promissoras para a agricultura brasileira.

O INCT Fisiologia do Estresse - cujo projeto foi aprovado, no início de dezembro, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) - será coordenado pelo professor Adriano Nunes Nesi, do Departamento de Biologia Vegetal. Segundo o CNPq, esses institutos reúnem projetos de alto impacto científico e pesquisas de longo prazo, em redes nacionais e internacionais de cooperação científica. Cada um deles é responsável por um tema de diferentes áreas do conhecimento. Os pesquisadores envolvidos, por sua vez, atuam em temáticas complexas, nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa. Nesse caso, a coordenação é feita pelo pesquisador de renome de alguma instituição com excelência em produção científica e tecnológica, alta qualificação na formação de recursos humanos e com capacidade de alavancar recursos de outras fontes.

Na UFV, a equipe de professores do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal irá trabalhar em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e com as universidades federais do Amazonas (Ufam), Ceará (UFC), Mato Grosso (UFMT), Lavras (Ufla) e Juiz de Fora (UFJF).

De acordo com o professor Adriano Nunes Nesi, o INCT Fisiologia do Estresse buscará compreender os mecanismos de aclimatação e tolerância das plantas a condições adversas. “As informações geradas devem resultar em estratégias e ferramentas importantes para o rastreamento de materiais genéticos mais promissores em programas de melhoramento e para o manejo de espécies de reconhecida importância para o Brasil, dentro do contexto de mudanças climáticas”, disse.

Fisiologia do estresse

Segundo o coordenador do INCT, a maioria das pesquisas sobre bases fisiológicas e moleculares de resposta ao estresse tem sido conduzida com plantas e espécies de grande interesse agrícola - por exemplo, o milho e a soja. Entretanto, há muitas espécies tropicais, como dendê, palma-forrageira, macaúba, bucha, cajueiro, seringueira e castanheira, com elevado potencial produtivo. Há, ainda, plantas de alto valor socioeconômico (café, mandioca, tomate, etc.) que têm sido pouco exploradas.

“O objetivo do nosso projeto é elucidar as bases fisiológicas e moleculares da aclimatação e adaptação ao estresse em diversas culturas agrícolas e em espécies de diferentes habitats e ritmos de crescimento, agregando produção e sustentabilidade”, concluiu Adriano Nesi.

Vale lembrar que a UFV já sedia o INCT de Ciência Animal, ligado ao Departamento de Zootecnia e coordenado pelo professor Sebastião de Campos Valadares Filho, e o INCT em Interações Planta-Praga, que tem como coordenadora a professora Elizabeth Batista Fontes.

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