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03/02/2022
Imagem do Rio Amazonas capturada por satélite (European Space Agency)
O mundo todo está com os olhos voltados para a floresta Amazônica por muitos motivos. Os olhos da ciência, por exemplo, buscam reconhecer e explicar o potencial fabuloso da floresta. De tão imensa, é preciso usar satélites para enxergá-la em detalhes. Um artigo científico publicado no periódico Reviews of Geophysics, que envolve autores da UFV, reúne tudo o que as técnicas de sensoriamento remoto já revelaram sobre os processos hidrológicos e as mudanças ambientais na Amazônia, desde que começaram a ser utilizadas, nos anos 1980. O trabalho está repercutindo muito bem na comunidade científica internacional e pode até mesmo orientar políticas públicas para monitoramento e preservação dos recursos hídricos.
A repercussão internacional de um trabalho científico é medida pela qualidade de suas informações, mas também pela relevância do tema. A bacia hidrográfica da Amazônia é a maior do mundo. Abrange cerca de seis milhões de quilômetros quadrados e um terço da América do Sul. Os rios que formam esta bacia representam 20% da quantidade total de água doce que chega ao oceano Atlântico a cada ano. O que acontece na Amazônia repercute no clima e na agricultura no Brasil e também impacta a circulação atmosférica global. Além disso, as águas superficiais da Amazônia são uma importante fonte e sumidouro de dióxido de carbono e a maior fonte natural de metano nos trópicos. Tudo isso faz com que atividades predatórias como a mineração, o garimpo e o desmatamento interfiram neste fino equilíbrio planetário sustentado pela floresta e suas águas.
O mérito do trabalho publicado por autores brasileiros, norte-americanos e franceses é fornecer o estado da arte de tudo o que o sensoriamento remoto já revelou sobre o ciclo hidrológico da Amazônia e que não poderia ser descoberto de outra forma, devido à extensão e à variabilidade da bacia. São 97 páginas, 24 delas só de referências bibliográficas. “É um artigo de referência, que não apenas sintetiza o conhecimento acumulado, como também reconhece incertezas e sugere o desenvolvimento de novos modelos que apontam para a necessidade de abordagens mais integrativas em futuras pesquisas”, explica Marcos Heil Costa, professor do Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental (DEA) da UFV e um dos autores do artigo.
O professor Marcos foi pioneiro na utilização de imagens espaciais em modelos capazes de predizer o impacto de ações humanas e das mudanças climáticas na Amazônia. Ele e o pesquisador Gabriel Abrahão, doutorando do DEA, foram os responsáveis pela seção do artigo que trata das mudanças ambientais que converteram áreas de florestas em pastagens, terras agrícolas, barragens artificiais ou mineração. Essas mudanças no uso do solo amazônico, segundo os pesquisadores da UFV, influencia os processos de formação de chuvas na Amazônia, alterando os ciclos hidrológicos.
A primeira autora do trabalho é a pesquisadora Alice Fassoni, ex-aluna do curso de Engenharia Ambiental da UFV. Ela explica que muitas técnicas que foram desenvolvidas e testadas na Amazônia passaram a ser usadas como modelos globais. "O conhecimento sobre a hidrologia avançou junto com as técnicas de sensoriamento remoto. Por exemplo, os algoritmos para estimativa de nível de água a partir de altimetria de radar foram avaliados pela primeira vez nos rios largos da bacia amazônica, e as primeiras estimativas das variações do armazenamento total de água sobre os continentes pelo satélite Grace, foram feitas para a Amazônia", lembra Alice.
Segundo os autores, a revisão de tudo o que já foi publicado sobre o tema permite concluir que já há muitas informações acumuladas, mas ainda faltam trabalhos que apliquem essas técnicas em alternativas urgentes para preservação dos ecossistemas. “Aprendemos muito sobre como a hidrologia da Amazônia funciona, mas essas técnicas ainda são relativamente pouco usadas para entender o impacto das ações humanas na água na região. Tecnologias que já existem podem ser usadas, por exemplo, para medir o impacto da construção de barragens, da mineração ilegal e do desmatamento sobre a quantidade de sedimentos nos rios, que são essenciais para os ecossistemas da região. Ao revisar, descobrimos que esse potencial ainda é muito pouco explorado. Este conhecimento pode ser usado para democratizar a informação que fica no laboratório e propor um manejo mais sustentável para a maior bacia do mundo”, diz Gabriel Abrahão.
Ainda segundo os autores, o artigo teve repercussão imediata, ficando por várias semanas entre os mais lidos na área no ResearchGate, plataforma informal de divulgação por onde muitos pesquisadores acessam e repercutem um artigo científico. O trabalho também foi citado em blogs na França e na Advancing Earth and Space Science, que reúne os melhores artigos sobre meio ambiente.
Léa Medeiros
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