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Projeto vinculado ao DEF contribui para recuperação florestal de Brumadinho

27/12/2021

O professor Sebastião Venâncio Martins coordena o projeto

Um projeto vinculado ao Departamento de Engenharia Florestal (DEF) e realizado por meio da Sociedade de Investigações Florestais (SIF) é um dos principais responsáveis pelo apoio técnico-científico no processo de reflorestamento da região afetada pelo rompimento da barragem B1, em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. O projeto - que já foi tema de reportagem exibida pelo Jornal Hoje, da Rede Globo - faz parte da parceria firmada pela Vale com a UFV que busca, por meio da coleta de sementes e plantio das mudas, restaurar as florestas das áreas impactadas. 

Na cooperação, a UFV realiza pesquisas e orientações técnicas a fim de proporcionar um reflorestamento mais eficaz e com diversidade genética das espécies. A Universidade também tem um importante papel no monitoramento e avaliação das ações realizadas. “Nós estamos avaliando, além das mudas plantadas, outras características, como o banco de sementes do solo, a regeneração natural e a cobertura do solo pelas árvores”, explica o professor Sebastião Venâncio Martins,  que coordena o projeto. A equipe responsável também conta com seis alunos de graduação e pós-graduação em Engenharia Florestal.

Até o momento, foram plantados cerca de 15 hectares com mudas oriundas do projeto. A expectativa é que o processo seja finalizado em um prazo de 10 a 15 anos, restaurando um total de 297 hectares impactados e 140 hectares de áreas florestais. Segundo Venâncio, a consequência das ações vai além da recomposição vegetal: “As áreas impactadas estão dentro de uma paisagem de floresta nativa. O objetivo é que voltem a ter florestas com diversidade de flora e fauna, recompondo as margens de curso d’água, as matas ciliares e não deixando o solo sofrer erosão”, comenta o professor.

Devido à deposição dos rejeitos da barragem no solo, a etapa de plantio das árvores não é simples. Primeiro, as equipes da Vale precisam retirar todo o material da superfície e aguardar a liberação da área pelos bombeiros. Também são necessárias covas maiores e adubação adequada para um melhor crescimento inicial das plantas. Na coleta de sementes, os especialistas optam por aquelas que são nativas da região afetada, que atraiam a fauna e cubram o solo. 

Já no processo de desenvolvimento da vegetação, a presença do capim do tipo braquiária fez com que fosse utilizada uma técnica pioneira para preservar a evolução das mudas. “O capim braquiária compete com as mudas nativas por nutrientes e luz. O projeto da Vale desenvolveu uma técnica que consiste em colocar uma biomanta em volta da muda, uma camada protetora, chamada de manchões. Eles tapam, retém umidade e evitam que a braquiária volte. Ninguém tinha utilizado esta técnica ainda”, explica Venâncio.

Os especialistas também utilizam técnicas de bioengenharia para recuperar as áreas de leito de rios para evitar desbarrancamentos. Segundo o professor Venâncio, eles realizam enrocamentos (estruturas com bases de pedras) da forma mais natural possível para evitar a erosão dos leitos.

Iniciativa anterior

Além deste projeto, a iniciativa Resgate de DNA e indução de florescimento precoce em espécies florestais nativas da região de Brumadinho, desenvolvida por pesquisadores da UFV, possibilitou, por meio da coleta de DNA e replicação das espécies, a conservação genética de plantas e o plantio dessas espécies ameaçadas na região. 

Felipe Azevedo – estagiário

Fotos: Paula Kettenhuber e Sebastião Venâncio

Divulgação Institucional

A restauração se dá pela coleta de sementes e plantio de mudas