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24/10/2025
A revista Global Ecology and Conservation publicou, este mês, o artigo Anthropogenic disturbances shape functional composition and diversity in Brazilian savanna: Contrasting effects of local and landscape-scale drivers, que tem entre os seus autores pesquisadores vinculados ao Laboratório de Ecologia e Evolução de Plantas (LEEP), do Departamento de Biologia Vegetal da UFV. O primeiro autor, Alex Josélio Pires Coelho, é licenciado em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Botânica pela UFV. Parte da pesquisa que resultou no artigo foi realizada em seu doutorado, sob orientação do professor João Augusto Alves Meira Neto. Suas análises foram revisadas durante o estágio de pós-doutorado na Universidade de Salamanca (Espanha), sob supervisão do professor Fernando Silla. Ambos os professores também assinam o artigo.
No trabalho, os pesquisadores avaliam como as atividades antropogênicas (de origem humana), como a conversão de habitat para agricultura e pastoreio pecuário, alteram a estrutura do ecossistema e a biodiversidade em escala local e de paisagem das comunidades arbóreas de Cerrado stricto sensu (formação típica de savanas com árvores mais espalhadas). Segundo o artigo, no Cerrado, um hotspot global de biodiversidade, essas pressões impulsionam a perda de espécies e mudanças funcionais, tornando essencial entender seus efeitos na diversidade e no funcionamento do ecossistema. Para isso, os pesquisadores amostraram comunidades de madeira de 12 fragmentos florestais, cada um experimentando diferentes níveis de perturbação antrópica e inserido em diversos contextos de paisagem.
Os resultados da pesquisa indicaram que os distúrbios antrópicos afetam a composição funcional e a diversidade do Cerrado stricto sensu de maneiras distintas: os distúrbios locais influenciam principalmente a resistência mecânica e os atributos estruturais, enquanto os fatores em escala de paisagem afetam especialmente os atributos relacionados à dispersão. Além disso, a circulação de bovinos e a perda de habitat podem promover a rotatividade de espécies, favorecendo provavelmente aquelas associadas à floresta em áreas perturbadas, aumentando a heterogeneidade funcional, mas potencialmente comprometendo a persistência de espécies endêmicas deste ambiente (aberto e com características próprias de luz e umidade). Para mitigar esses impactos, os pesquisadores consideram que as estratégias de conservação devem melhorar a proteção e a conectividade do habitat, apoiar a dispersão e o fluxo gênico e incorporar abordagens funcionais baseadas em atributos no planejamento de conservação e restauração.
Conforme o artigo, os resultados obtidos com o estudo fornecem uma base teórica para considerar a diversidade funcional como um indicador-chave da saúde do ecossistema e para avaliar os impactos de distúrbios antrópicos no Cerrado. Além disso, oferecem insights críticos para a formulação de políticas públicas que promovam o manejo sustentável da terra e a conservação a longo prazo do Cerrado. A conservação do Cerrado não deve depender apenas da proteção de remanescentes isolados, mas também da manutenção da conectividade entre eles, garantindo a dispersão de sementes e o movimento da vida selvagem pela paisagem.
Vale destacar que, de acordo com o artigo, o Cerrado se estende por aproximadamente 2 milhões de quilômetros quadrados e abriga a maior biodiversidade entre as savanas tropicais. No entanto, quase metade de sua vegetação original já foi convertida em áreas ocupadas pelo homem, sendo 52% dominadas por pastagens, 28% pela agricultura, 16% por um mosaico de diferentes usos da terra, 4% pela silvicultura e 0,8% classificadas como áreas não vegetadas. Entre as áreas naturais restantes, apenas 8,3% estão sob proteção formal, enquanto o restante enfrenta ameaças significativas.
Para a leitura completa do artigo, acesse www.sciencedirect.com/science.
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