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Campus Viçosa

UFV forma cerca de 500 novos profissionais no campus Viçosa

27/07/2025

Para a quase centenária UFV, uma cerimônia de formatura é sempre uma emoção que se renova. É difícil mesmo não se emocionar ao ver a euforia dos que atravessam o tapete vermelho do Espaço Multiuso como estudantes e retornam como os mais novos profissionais do Brasil. Entre a chegada e a partida, uma profusão de lembranças dos tempos de universidade, de alegrias pela conquista, de saudades antecipadas dos amigos e de um futuro pela frente, agora com o diploma de uma das melhores universidades do país. A colação de grau da turma “Entre muitos contratempos, fizemos acontecer, em julho tô formando, obrigada UFV!”  foi celebrada na noite da última sexta-feira (25).

Foram 499 formandos de todos os Centros de Ciências da UFV

“Estamos aqui para celebrar algo que transcende um diploma: celebramos vidas transformadas, sonhos realizados e histórias marcadas por superação”, disse o orador da turma, Lucas Ferreira Nascimento. O formando do curso de Direito lembrou as dificuldades vividas pela turma ao longo de uma greve e uma pandemia, as saudades das famílias e as amizades construídas ao longo da jornada. Em nome de todos, ele agradeceu aos pais, professores e servidores da UFV e à cidade de Viçosa que os acolheu. “Que nós, formandos de julho de 2025, sejamos essas pessoas que mudam o mundo. Que transformemos nossos aprendizados em ações e que honremos cada esforço feito para estarmos aqui hoje. Vamos, com orgulho e com humildade, espalhar pelo mundo o nome da UFV e ser o reflexo de tudo o que vivemos aqui”, concluiu o orador.

Lucas Ferreira Nascimento foi o orador da turma de agosto de 2025

Pró-reitor de Assuntos Comunitários, Bruno Henriques é profundo conhecedor das histórias e agruras dos formandos e foi o escolhido para ser o paraninfo da turma. Em seu discurso, ele também citou os desafios que a UFV enfrentou na época da pandemia e ressaltou a importância do diálogo e da resiliência no enfrentamento dos desafios da vida. Celebrando a alegria dos pais, lembrou a importância do legado deixado pela UFV na vida dos alunos. “Por onde forem, defendam a Universidade pública, lutem contra a desigualdade, contra o racismo, contra a homofobia ou contra qualquer outro tipo de opressão que se faz presente em nossa sociedade. Pratiquem o bem”, disse o professor Bruno.

O pró-reitor de Assuntos Comunitários foi o paraninfo da turma

O reitor da UFV, Demetrius David da Silva lembrou aos formandos que a cerimônia, tão cara à Universidade, marca uma transição de ciclos na vida de cada um. “Celebramos mais do que os diplomas de vocês. Celebramos histórias, encontros, conquistas e vitórias e também o papel da universidade pública, que é e seguirá sendo um dos pilares mais importantes para um país que deseja avançar com soberania, justiça, equidade e desenvolvimento”.

Demetrius citou os grandes desafios atuais da humanidade - como as mudanças climáticas, a desigualdade social e as tensões políticas -, lembrando que as universidades públicas brasileiras já deram provas mais do que suficientes de sua relevância para o desenvolvimento científico, econômico e humano do país e são motores de transformação, construindo possibilidades de futuro para todos.

"É o amor que humaniza o conhecimento. Sejam empáticos", pediu o reitor Demetrius David da Silva

Ele lembrou ainda que a UFV sempre se empenhou em ir além da formação técnica de seus alunos. “A humildade e a perseverança são ferramentas essenciais para atingir o sucesso em qualquer jornada. Esses valores, embora intangíveis, também foram ensinados aqui, não apenas em conteúdos formais, mas nos exemplos silenciosos que cruzaram o caminho de vocês: um professor que foi inspiração, uma técnica que ofereceu orientação, um colega que compartilhou apoio num momento difícil. Esses gestos constroem a base ética da formação que entregamos a vocês”.

O reitor concluiu pedindo que os formandos se comprometam na luta por um país mais justo, solidário e igualitário e atuem com amor em suas profissões. “É o amor que humaniza o conhecimento, que sustenta o esforço resiliente, que dá sentido ao trabalho, que transforma a profissão em missão.  O amor nos ensina a ouvir, a respeitar, a persistir. O amor amplia nosso olhar para o outro e fortalece nosso senso de responsabilidade. E é isso que o mundo precisa: profissionais competentes, sim, mas também humanos, empáticos, íntegros. Atuem com amor e levem a UFV no coração. Leiam neste diploma mais que um título. Leiam nele a memória de tudo o que viveram aqui, das amizades que construíram, das batalhas que enfrentaram. Leiam nele a responsabilidade de seguir abrindo caminhos, não apenas para vocês, mas para muitos que virão depois”.

Homenagens

Ainda em seu discurso, o reitor da UFV citou o agora pedagogo Edimilson Anjos dos Santos, o primeiro estudante cego da história da UFV a se formar. “Edimilson, sua trajetória é motivo de imenso orgulho para toda a nossa comunidade. E sua presença aqui não é símbolo apenas de conquista pessoal, mas da capacidade da universidade de se transformar para incluir, acolher e garantir o direito de todos à educação”, disse ele, exaltando ainda a importância do trabalho da Unidade Interdisciplinar de Políticas Inclusivas da UFV.

 Edimilson Anjos dos Santos é o primeiro estudante cego formado pela UFV

Em nome da UFV, o reitor prestou uma homenagem à estudante Thaís Arruda Pontes Fialho, falecida meses antes da formatura, entregando a seu pai, Itamar José Fialho, um certificado em reconhecimento à trajetória acadêmica da filha. A atitude foi aplaudida de pé pelos formandos.

Conhecido carinhosamente pelos alunos como “Juca do Capivarão”, o motorista do ônibus que transporta os estudantes no centro do Campus, José Dias Lopes, foi homenageado pela turma de formandos.

Os pais da formanda do curso de Bioquímica, Carollyne Caldas Veras, Adriane Souza Caldas Veras e Edson Fernando de Carvalho Veras, também receberam uma homenagem representando os pais e familiares de todos os formandos. O pai, Edson, contou que também foi aluno do curso de Física e formando em 1995. Hoje, ele e a esposa são professores de escolas de ensino médio em Araruama, RJ, e têm três filhos estudando na UFV. “Cheguei a esta universidade sem ter onde ficar e comer. É muito emocionante saber que saí desta situação e, agora, meus filhos estudam na mesma instituição e darão continuidade às melhorias que vemos nas nossas vidas, graças à educação e às oportunidades que temos aqui”, disse.

Os pais de Carollyne Veras representaram os familiares dos formandos

Entre os formandos, eram muitas as histórias de trajetórias modificadas pela universidade pública. Como a de Antônia Beatriz Pires. “Vim da periferia de São Paulo. Sou uma mulher parda, de família pobre e periférica. A Universidade viabilizou minha permanência. Foi aqui que me reconheci. Com apoio de professores, reafirmei minha identidade e minhas raízes e encontrei condições para me fortalecer como cidadã. Esta universidade me abraçou e agora estou aqui, formando”, comemorou a agora jornalista formada pela UFV.

A sessão solene foi acompanhada pelos familiares e amigos dos formandos, que lotaram tanto o Espaço Multiuso quanto o gramado do Centro de Vivência do campus Viçosa. A gravação da transmissão está disponível no YouTube e mais fotografias da noite estão disponíveis neste álbum.