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Tecnologia desenvolvida na UFV auxilia na recuperação ambiental do Rio Grande do Sul 

28/03/2025

Mais uma vez, o conhecimento gerado na UFV se expande para além das fronteiras de Minas Gerais. Na sexta-feira (28), o reitor Demetrius David da Silva e o professor do Departamento de Engenharia Florestal (DEF) Glêison dos Santos estiveram no Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS), para o lançamento do Projeto Reflora-RS, que ajudará na recuperação ambiental do Rio Grande do Sul após as enchentes do ano passado. O projeto foi registrado na Universidade com o nome Resgate de DNA e indução de florescimento ultraprecoce de recursos genéticos de alta relevância ambiental em áreas afetadas pelas enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul. Sua aplicação se dará por meio de uma parceria firmada entre a UFV e a Unidade Embrapii Fibras Florestais - vinculada ao DEF e da qual o professor Glêison é diretor-geral - com o governo gaúcho e a empresa CMPC. 

O governador do RS, Eduardo Leite, durante evento no Palácio Piratini

O Reflora-RS prevê a recuperação ambiental das áreas atingidas pelas enchentes de 2024 por meio da utilização de tecnologias inovadoras desenvolvidas por pesquisadores da UFV para a produção de mudas de espécies florestais nativas. Essas tecnologias, capazes de resgatar o DNA e criar cópias das plantas da região, foram utilizadas em Minas Gerais, após o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, cujos desastres ambientais são muito similares ao que ocorreu nas margens dos rios do Rio Grande do Sul. 

Mais de seis mil mudas de 30 espécies florestais nativas, dos biomas Pampa e Mata Atlântica, vão ser plantadas no estado. O projeto deve durar três anos, e os principais passos serão: coleta de DNA em campo para as mudas, enxertia, florescimento das mudas e plantio nas principais regiões atingidas pelas enchentes.

Para alavancar a recuperação ambiental do RS, a UFV cederá para universidades gaúchas e o governo do estado a tecnologia Resgate de DNA e aceleração de florescimento de espécies nativas, que já é uma patente da instituição. Durante a cessão, não haverá cobrança de royalties pelo uso da tecnologia. O projeto será coordenado por pesquisadores da Universidade e envolverá um investimento de cerca de R$ 7,5 milhões, sendo R$ 2,86 milhões da empresa de celulose CMPC, R$ 2,34 milhões da Embrapii e R$ 2,30 milhões de contrapartida econômica da UFV. Por meio dele, serão financiadas bolsas para professores e para estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

 

O evento

Durante a cerimônia, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, lembrou que a parceria integra um amplo plano de reconstrução e resiliência do estado, do qual faz parte a restauração ambiental. Ao destacar a credibilidade da Universidade, ele afirmou confiar na capacidade da UFV para “reflorescer o Rio Grande do Sul após as enchentes que devastaram o estado há um ano”. Ainda segundo o governador, "a parceria entre governo, empresas e academia demonstra que a responsabilidade com o meio ambiente é da sociedade em geral e transcende mandatos ou gestões”.

O reitor Demetrius também ressaltou a visão estratégica do governo gaúcho em buscar apoio em tecnologias desenvolvidas por universidades com grande expertise em meio ambiente, como a UFV, que abriu mão dos royalties da patente da tecnologia em benefício da demanda do estado. “Somos uma universidade pública e do Brasil. Todos os estados que precisarem da UFV terão nela parcerias para ajudar no que for preciso”, disse.

Para o professor Glêison dos Santos, o evento é uma demonstração da força que as parcerias entre universidades, governo e empresas têm para colaborar com problemas da sociedade. Ele destacou que entre os objetivos do projeto estão também a transferência de tecnologia da UFV para instituições de ensino públicas e privadas do Rio Grande do Sul interessadas em recuperação ambiental, na formação de pomares de sementes de mudas, visando aumentar a oferta de sementes em quantidade e qualidade e a produção de um manual técnico sobre resgate de DNA e indução de florescimento em espécies nativas.

Glêison dos Santos, à esquerda, com o reitor e representantes do governo do RS e empresas do setor floretal

Também estiveram presentes à cerimonia, o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn; a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann; o diretor de operações da Embrapii, Marcelo Prim, e um dos diretores executivos da empresa de celulose CMPC, Antônio Lacerda, dentre outros.

Fotos: Fabiano Panizzi (CMPC) e Vitor Rosa (Palácio Piratini)