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Laboratório da UFV participa do desenvolvimento de um dos maiores experimentos do mundo de restauração ecológica no Cerrado

24/01/2025

Diante da necessidade de promover a restauração ecológica no Cerrado, que é o segundo maior bioma da América do Sul e representa aproximadamente 22% do território brasileiro, o Laboratório de Restauração Florestal da UFV (LARF), em parceria com a TTG Brasil Investimentos Florestais LTDA, iniciou um dos maiores experimentos de restauração de larga escala do mundo. Para se ter uma ideia do tamanho da sua proporção, ele ocupa uma área de 81 hectares, o equivalente a cerca de 81 campos de futebol.

Instalado em Camapuã, no Mato Grosso do Sul, o experimento envolve mais de 40 mil mudas de várias espécies de árvores nativas e mais de uma tonelada de sementes. Cada parcela experimental tem cerca de um hectare, com tamanho suficiente para fornecer informações sobre desempenho ecológico e eficiência operacional.

Como destaca o coordenador do projeto na UFV, professor Sebastião Venâncio, a pesquisa deverá trazer contribuições valiosas para restauração do Cerrado, ecossistema que abriga as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul – Amazonas/Tocantins, São Francisco e Prata – o que resulta em um alto potencial aquífero e favorece sua biodiversidade. “Este e outros fatos o tornam um dos hotspots de biodiversidade mais ricos do mundo, com inúmeras espécies endêmicas, e também é um dos mais ameaçados pelas ações humanas”, afirma.

Ainda segundo o professor da UFV, os estudos sobre restauração das vegetações savânicas e campestres do Cerrado estão apenas iniciando e ainda carecem de informações sobre quais técnicas são adequadas. “O Cerrado é composto por um mosaico de tipos de vegetação, com florestas, mas principalmente com savanas e campos que se caracterizam pela coexistência de gramíneas e outras espécies herbáceas com as espécies arbóreas de crescimento lento. Dessa forma, os métodos e técnicas que visam à restauração das vegetações savânicas e campestres devem buscar a restauração dos diversos estratos que compõem estas vegetações. As técnicas de restauração estabelecidas para outros biomas podem não ser adequadas ao Cerrado”, ressalta.

Os primeiros dados já foram obtidos e estão sendo analisados, com a expectativa de, a partir do segundo semestre deste ano, serem divulgados em artigos e na tese de doutorado em Ciência Florestal da UFV do pesquisador colombiano Andrés Iván Prato Sarmiento, que é orientado por Sebastião Venâncio.

Os resultados permitirão a definição das melhores técnicas de restauração ecológica da vegetação do Cerrado, contribuindo não apenas com a recuperação da biodiversidade, mas também com a estocagem de carbono e redução das mudanças climáticas.


 

A pesquisa citada nesta matéria está alinhada aos itens 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis); 13 (Ação contra a mudança global do clima); e 15 (Vida Terrestre) dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).