Institucional

Todos os campi

Patente de tecnologia desenvolvida no Departamento de Agronomia é concedida à UFV

18/07/2024

Uma tecnologia desenvolvida no Departamento de Agronomia (DAA) da UFV recentemente teve sua patente de invenção concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se do Sistema para a seleção de genótipos de plantas tolerantes ao aumento da impedância mecânica do substrato, resultado da trajetória de pesquisas de pós-graduação da engenheira agrônoma Nayara Pereira Capobiango. A patente — que teve seu pedido depositado, em 2018 — foi concedida pelo INPI e publicada por meio da Revista da Propriedade Industrial, no dia 2 de julho, disponibilizando a nova tecnologia para consulta e aplicação.

A invenção, Nayara explica, corresponde a uma metodologia para avaliar o crescimento de plântulas (plantas em fase inicial de crescimento) em diferentes níveis de compactação do substrato (base preparada para o plantio). A partir de um sistema, montado de acordo com as instruções técnicas e materiais detalhados na patente, é possível realizar a semeadura e identificar variedades genéticas mais tolerantes, que consigam penetrar suas raízes e crescer mesmo em meio a diferentes níveis de compactação do substrato.

O sistema tem condições controladas, com padronização de diversos fatores

Os resultados, de acordo com a pesquisadora, podem ser correlacionados com o desempenho de plantas no campo. Portanto, o sistema possibilita assegurar o plantio de culturas agrícolas em locais que sofrem com a compactação do solo, decorrente da modernização da agricultura, do trânsito intenso de máquinas agrícolas e do manejo incorreto do solo, por exemplo.

Para o Brasil, que tem a produção agrícola como base da economia, isto é muito significante. A invenção pode ser útil em áreas de atuação com produção e tecnologia de sementes, melhoramento de plantas e manejo de solos, dentre outras iniciativas que envolvem estudos morfológicos, fisiológicos, bioquímicos ou anatômicos de plântulas.

Na imagem estão variedades genéticas de soja: à esquerda, identificada com a letra A, está variedade tolerante à compactação; à direita está variedade sensível à compactação

Nayara desenvolveu sua dissertação de mestrado — defendida em 2019 — e sua tese de doutorado — defendida em 2023 — com a orientação do professor do DAA Laércio Junio da Silva e a coorientação do professor do Departamento de Solos Raphael Bragança Alves Fernandes. Foram aproximadamente seis anos de pesquisas e desenvolvimento da tecnologia. A motivação, a pesquisadora conta, partiu da observação de que grande parte dos solos brasileiros apresenta altos níveis de compactação, interferindo no estabelecimento e desenvolvimento uniforme de culturas agrícolas, e na necessidade de pesquisar genótipos tolerantes nesse cenário. “Não encontramos metodologia eficiente e confiável na literatura para esta finalidade. Assim, identificamos uma oportunidade de investigação, nos motivando a atuar nesta linha de pesquisa. Na sequência, em conversa com uma empresa do setor privado, confirmamos a demanda”.

As metodologias existentes no mercado não apresentam resultados consistentes em relação à variabilidade genética das plantas, porque estes sofrem interferências do solo e ambiente, dentre outros fatores, segundo Nayara. O diferencial da tecnologia desenvolvida na UFV é a padronização de fatores, como umidade, textura, estrutura, densidade, tipo de solo, intensidade e frequência de carga aplicada nas simulações de compactação.

Da esq. para a dir., estão os pesquisadores Nayara, Laércio e Raphael

Patentes na UFV

Em 2024, desde janeiro até o início de julho, a UFV já obteve a concessão de sete patentes de invenção — tabela abaixo. O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) é o responsável pela gestão da política institucional de inovação e, desde 1999, se dedica a atividades relacionadas a depósitos, registros, manutenção dos direitos relativos à propriedade intelectual e licenciamento das tecnologias geradas na Universidade. “O NIT foi fundamental no processo de patenteamento. Consiste em uma equipe especializada para auxiliar nas várias etapas burocráticas até a fase final de registro”, destaca Nayara.

A UFV está entre os maiores depositantes de pedidos de patentes de invenção do país. Em 2023, conforme o ranking divulgado pelo INPI, a Universidade ficou na 14ª posição ao depositar 32 pedidos.