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UFV está entre os maiores depositantes de patentes do país e é a segunda federal de Minas Gerais com mais depósitos

08/02/2024

Braços de uma pessoa branca de luvas azuis e jaleco segurando micro pipetador junto a um pino de amostra.

Os pesquisadores têm buscado identificar o potencial de inovação dos resultados

A capacidade inovadora da UFV se confirmou com o ranking divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em que a instituição ficou na 14ª posição entre os 50 maiores depositantes de patentes de invenção em 2023. Foram 32 patentes depositadas pela Universidade. Esse número coloca a UFV como a sexta universidade federal do país com mais depósitos e a segunda em Minas Gerais, ficando atrás apenas da UFMG, com 48 patentes no ano passado.

O excelente desempenho no ranking do INPI, que a UFV integra desde 2014, revela um ganho da instituição em pesquisa e inovação. Se comparada a 2022, a Universidade subiu seis posições e, em relação a 2021, quando ficou em 41º lugar, o salto foi de 27. Os números são ainda mais expressivos quando a eles se juntam os 40 pedidos de patentes, que não foram contabilizados no ranking por terem sido realizados em parceria com outras instituições, responsáveis pelo protocolo no INPI. A UFV foi uma das únicas universidades federais a também integrar o ranking TOP 50 de softwares e certificados de adição, que representam melhorias em tecnologias já depositadas.

Na Universidade Federal de Viçosa, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) é quem responde pela gestão da política institucional de inovação. Desde 1999, o órgão se dedica a atividades relacionadas a depósitos, registros, manutenção dos direitos relativos à propriedade intelectual e licenciamento das tecnologias geradas na UFV. É o trabalho conjunto dos professores/pesquisadores da Universidade e da equipe do Núcleo que vem ajudando a promover resultados expressivos como este revelado pelo ranking, na avaliação da professora Andréa de Oliveira Barros Ribon, presidente do NIT desde 2022.

Segundo Andréa, os pesquisadores têm aprendido a olhar para suas pesquisas buscando identificar o potencial de inovação dos resultados. Percebe-se também uma conscientização maior sobre a necessidade de proteção do conhecimento. Essas mudanças de comportamento, em sua opinião, estão relacionadas a um conjunto de ações. Uma delas é a oferta contínua, pelo NIT, de seminários e palestras sobre propriedade intelectual, procurando reforçar a importância não só da proteção do conhecimento, mas, sobretudo, da sua transferência para a sociedade. “É para isso que estamos aqui; esta é a missão da Universidade”, defende Andréa.

Outra ação diz respeito a maior agilidade do NIT no atendimento às demandas dos professores, o que contribui para que os trâmites que envolvem o depósito ocorram com mais rapidez. Essa agilidade é consequência de mudanças de processos internos do Núcleo e, também, da ampliação de sua equipe. No último ano, por exemplo, foram selecionadas, com o apoio da Fapemig, duas bolsistas com formação em biotecnologia para atender somente ao setor de patentes. Embora o NIT trabalhe com uma equipe reduzida para atender aos três campi, o trabalho integrado dos setores internos vem possibilitando a sistematização de ações fundamentais para os próximos passos do Núcleo. Esses estão relacionados ao projeto Integrando propriedade intelectual e empreendedorismo para a promoção da inovação tecnológica: um caminho para o desenvolvimento sustentável de Minas Gerais, aprovado, ano passado, junto à Fapemig.

Projeto
O objetivo geral do projeto é fortalecer a integração entre o NIT e os ambientes promotores de inovação da UFV (tecnoPARQ, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do CenTev, Unidade Embrapii Fibras Florestais e Biominas Brasil) para aumentar a competitividade das empresas, bem como criar outras de base tecnológica, que executam suas atividades em Minas Gerais. Dentre as ações contempladas, estão o mapeamento das competências, soluções tecnológicas e infraestrutura laboratorial da UFV, visando impulsionar a interação da Universidade com empresas. O projeto envolverá ainda os três Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia da UFV e as redes de pesquisa.

Por meio do projeto, pretende-se também fomentar o avanço do nível de maturidade tecnológica das patentes e das pesquisas em andamento na UFV, buscando o desenvolvimento de novos produtos e processos. Adicionalmente, será implementado o programa de Open Innovation para estimular a cooperação científica e tecnológica entre a Universidade e empresas, a fim de atender demandas da sociedade e promover o desenvolvimento econômico do país.

A presidente do NIT recebeu com muita satisfação o fato de a UFV ocupar posição de destaque em um ranking que, segundo ela, tem como indicador algo que mede o progresso tecnológico do país. Neste caso, as patentes. Sua expectativa é a de que a instituição suba mais posições no ranking de 2024 como resultado da maior conscientização dos pesquisadores sobre a importância da proteção da Propriedade Intelectual desenvolvida na Universidade.

O projeto aprovado pela Fapemig, que envolve ainda o tecnoPARQ, fortalecerá ainda mais o trabalho em prol da inovação na UFV. Para isso, Andréa considera fundamental o apoio da comunidade acadêmica, que terá um papel crucial, por exemplo, no mapeamento das competências, tecnologias e infraestrutura laboratorial da Universidade, que começará a ser feito em março. 

É no sentido de retornar à sociedade o conhecimento produzido na UFV que o Núcleo de Inovação Tecnológica também pretende atuar ativamente em 2024. Isso se dará por meio de uma prospecção mais apurada de parceiros para viabilizar a transferência das tecnologias protegidas pela Universidade para a sociedade e pelo aumento da maturidade tecnológica de algumas delas, para que se tornem produtos com maior valor de mercado. Conforme Yara Santana Amaral, analista de patente do NIT, nada disso poderia acontecer se não houvesse o depósito no INPI. “A transferência de conhecimento só é possível se houver proteção”.

Para entender melhor o processo de depósito de uma patente, acesse o site do NIT. Já o ranking e todos os detalhes sobre a sua metodologia podem ser conferidos no site do INPI.

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