Institucional
Todos os campi
19/09/2023
Que a prática regular de exercícios físicos faz bem à saúde, todo mundo já sabe. Mas especificamente para a saúde mental: quem costuma se exercitar tem mesmo menos tendência à depressão? Quais são os melhores exercícios para quem já tem transtorno depressivo? Uma pesquisa publicada pela revista Scientific Report, do grupo Nature, que tem o professor da UFV Osvaldo Moreira como um dos autores, revisou quase tudo o que já foi estudado e divulgado sobre o tema em busca das certezas que já são possíveis até agora. Os resultados são animadores, mas apontam que é preciso se mexer ainda mais para manter a mente sadia.
O trabalho foi conduzido por integrantes do Laboratório de Análise de Morfofisiologia Humana (Human Lab), vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UFV campus Florestal, e da Universidade de Los Llanos Villavicencio, na Colômbia. A conclusão é que a realização de exercícios físicos supervisionados, principalmente os aeróbicos, apresenta efeito semelhante ao uso de medicamentos de segunda geração ou terapia cognitivo-comportamental, no que diz respeito ao manejo dos sintomas causados pelo Transtorno Depressivo Maior (TDM). Além disso, não foram observados danos ou eventos adversos entre as intervenções com exercício físico supervisionado.
A depressão
Estima-se que mais de 264 milhões de pessoas sejam afetadas anualmente pelo TDM, com impactos significativos na saúde individual e pública. O transtorno é caracterizado por sintomas persistentes, como humor deprimido, perda de interesse e redução da capacidade de sentir prazer nas atividades diárias por um período maior que o esperado. É mais comum em mulheres e em adultos acima de 20 anos.
Quem sofre de depressão apresenta maior risco de desenvolver comorbidades, incluindo diabetes mellitus, morbidade e mortalidade cardiovascular, dor lombar e declínio na qualidade de vida em geral. O tratamento geralmente é feito com medicamentos e psicoterapia. No entanto, segundo os especialistas, tais abordagens enfrentam barreiras, como o preconceito contra doenças mentais e efeitos adversos causados pelas medicações. A atividade física também é indicada com frequência, mas as pesquisas sobre este tema são bastante complexas e, por isso, a literatura científica ainda aponta para a necessidade de mais estudos. “É preciso ter segurança quanto à eficácia e à segurança da prescrição de atividades físicas, como estratégias viáveis e não farmacológicas que podem ser integradas às rotinas diárias dos pacientes”, ressaltou o professor Osvaldo.
A pesquisa
Para este trabalho, os pesquisadores revisaram, por meio de metanálise, a literatura mundial sobre o tema e avaliaram ensaios clínicos de 678 adultos. Eles também analisaram o efeito e a segurança das diferentes modalidades de exercício físico sobre os sintomas depressivos em adultos que não estavam sob tratamento convencional (uso de medicamentos de segunda geração ou terapia cognitivo-comportamental). “Esta revisão é considerada a mais completa e rigorosa, não apenas porque avaliou a qualidade metodológica de ensaios controlados randomizados, mas também porque, a partir de diferentes listas de verificação, garantiu a transparência e a reprodutibilidade dos achados”, explicou o professor.
A pesquisa concluiu que, em todos os casos, os efeitos das atividades físicas sobre o transtorno depressivo são mais perceptíveis em pacientes acima dos 40 anos, obesos ou com sobrepeso. Mas é preciso ficar atento. A eficiência da proteção ou tratamento com atividades físicas deve levar em conta atividades de maior intensidade aeróbica, desde que realizadas por, no mínimo, 150 minutos por semana, distribuídos em diversos dias. Por exemplo, 30 minutos cinco vezes por semana ou quatro vezes de 40 minutos.
E só caminhar adianta? Segundo os autores, sim, mas não basta dar um passeio com amigos. É preciso caminhar vigorosamente para acelerar os batimentos cardíacos. E, em todos os casos, a supervisão de profissionais de educação física é essencial para a segurança dos exercícios.
Os resultados não só confirmam a sensação de quem já pratica atividades físicas com frequência, mas também colaboram para a prescrição baseada em evidências. A prática regular de exercícios físicos supervisionados por bons profissionais da área funciona como uma espécie de proteção contra sintomas depressivos e, ao contrário dos medicamentos, não oferece contraindicações. Portanto, malhar funciona como prevenção. Para quem já tem os sintomas leves de depressão, a prática de exercícios oferece efeitos semelhantes aos tratamentos medicamentosos e psicoterapia, mas, neste caso, deve ser prescrita como atividades que se complementam para a boa saúde mental.
Ainda segundo o professor Osvaldo, a pesquisa foi elogiada pelos revisores pelo rigor metodológico e oferece um bom caminho para que os estudos avancem em direção às prescrições mais exatas.
Divulgação Institucional
A pesquisa citada nesta matéria está alinhada ao item 3 (Saúde e Bem-Estar) dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Institucional
Professores lançam e-book gratuito sobre 15 anos de atuação do Programa de Pós-graduação em Letras
22/11/2024
Institucional
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos celebra 50 anos
22/11/2024
Institucional
Pró-reitor de Planejamento e Orçamento é eleito coordenador nacional do Forplad
21/11/2024
Cultura
Orquestra Sol do Amanhã promete mais uma noite de emoção em apresentação no campus Viçosa neste sábado
21/11/2024
Professores lançam e-book gratuito sobre 15 anos de atuação do Programa de Pós-graduação em Letras
22/11/2024
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos celebra 50 anos
22/11/2024
Pró-reitor de Planejamento e Orçamento é eleito coordenador nacional do Forplad
21/11/2024
UFV e universidade chinesa assinam memorando de entendimento
21/11/2024
Dia da Consciência Negra: o que celebrar hoje?
20/11/2024