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Pesquisadores da UFV estudam ave rara e ameaçada de extinção

03/03/2020

Macho de bicudo batizado de "Brasil" capturado, marcado e solto novamente pelos pesquisadores

Uma minúscula população do bicudo (Sporophila maximiliani), ave criticamente ameaçada de extinção no Brasil, foi recentemente descoberta no leste de Minas Gerais. A espécie conta com milhares de indivíduos em cativeiro, mas tem raríssimos registros em condição de liberdade no país. Pesquisadores do Laboratório de Ornitologia do Departamento de Biologia Animal da UFV estão participando de ações para tentar salvar alguns os últimos destes pássaros ainda restam na natureza.

Os bicudos são considerados extintos no sul e sudeste do Brasil, com exceção de Minas Gerais, onde há raras ocorrências. A população encontrada no leste do estado tem apenas três indivíduos, mas está empolgando os pesquisadores da UFV que estudam a espécie em colaboração com CETAS/IBAMA, de Belo Horizonte e com a ONG Waita - Instituto de Pesquisa e Conservação, com apoio do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, em colaboração com as Universidades Federais de Minas Gerais e de Ouro Preto.

Na UFV, os estudos são coordenados pelo professor Rômulo Ribon, parceiro do projeto Biologia e Conservação de Bicudo - Sporophila maximiliani- em Minas Gerais, os primeiros passos para o retorno da espécie. Quando souberam da descoberta, ele e os pesquisadores das outras instituições envolvidas foram a campo para conhecer os pássaros encontrados e começar os trabalhos de tomada de dados biométricos, marcação e realização de gravações de alta qualidade dos sons produzidos pelas aves. Segundo Rômulo, não existem gravações recentes de indivíduos selvagens em Minas Gerais, o que é fundamental para o estudo bioacústico da espécie, bem como para o treinamento de aves com potencial para reintrodução na natureza.  “A gravação do dialeto local das aves selvagens é importante, pois o canto delas em cativeiro já foi muito modificado pelos criadores”, disse ele.

 A equipe também coletou sangue para estudos e tem monitorado a população intensamente. Os pássaros encontrados estão em situação crítica e em local extremamente vulnerável ao tráfico de animais silvestres. A drenagem de áreas de brejo, seu habitat principal, é outra séria ameaça à espécie. O local da descoberta e a identidade dos voluntários colaboradores do projeto estão sendo mantidos em sigilo como estratégia de proteção. “Também estamos trabalhando para sensibilizar voluntários, proprietários rurais, empresas e instituições parceiras para a proteção e estudo da população de bicudos”, afirmou Rômulo Ribon.

 

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