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Comemorações dos 50 anos de Engenharia Florestal no Brasil

31/05/2010

Criado no Brasil em 1960, o curso de Engenharia Florestal completou, neste mês, 50 anos de existência. E foi na antiga Universidade Rural do Estado de Minas Gerais – UREMG, atual UFV, que se instalou a Escola Nacional de Florestas, posteriormente transferida para a Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Porém, como parte inovadora da nova área, a UFV não deixou de comemorar esta data.

Foram apenas dois dias de comemorações, mas o suficiente para que alunos das primeiras quatro turmas pudessem, além de festejar a data, rever os amigos dos tempos de faculdade e discutir temas relacionados à Engenharia Florestal, atualmente, no Brasil. Aluno da primeira turma da então recém-criada Engenharia, Antônio Bartolomeu do Vale destaca que foram mais de 40 anos sem ver alguns amigos e que essa foi uma ótima oportunidade para rever não só aqueles que estudaram com ele, mas também seus calouros.

No último sábado (29) houve um jantar de gala que reuniu ex e atuais alunos do curso, proporcionando a troca de conhecimentos e experiências. Já ontem (30), na parte da tarde, ocorreu a visitação à réplica da primeira Escola Nacional de Florestas, situada na Silvicultura, no Departamento de Engenharia Florestal. Segundo o primeiro diretor da Escola, João Maria Belo Lisboa, ilustre presença nas comemorações, a fundação da sede da Escola em madeira representava duas coisas: primeiro para lembrar a finalidade do novo curso, já que a sede foi feita com o Pinho do Paraná; a segunda eram questões econômicas e de tempo.

Após a visitação foram plantadas 50 espécies diferentes de árvores da Mata Atlântica no setor de Dendrologia, num arboreto comemorativo aos 50 anos do curso. Serão plantadas, ainda, mais três árvores de cada espécie no local. Foi a vice-reitora no exercício da Reitoria, professora Nilda de Fátima Ferreira Soares, juntamente com o decano da Engenharia Florestal no Brasil, professor Renato Mauro Brandi, que plantaram a primeira árvore, uma espécime de Pau-Brasil.

Depois de receber um troféu comemorativo de sua família, Geraldo José dos Santos, primeiro brasileiro a receber o diploma de Engenheiro Florestal, afirmou ser emocionante voltar ao berço de seu estudo, principalmente em um momento de comemoração como o vivido por ele. Destacou que quando há uma nova atividade, ou “se começa bem ou se começa mal” e, segundo ele, o papel de sua turma, como decanos da Engenharia Florestal, teve um início bastante produtivo. “Fizemos a nossa parte”, ressaltou.

 

Diplomação dos ex-alunos

Com a mudança da Escola Nacional de Florestas para o Paraná, os ex-alunos perderam seu vínculo com a UFV, pelo fato de todos os documentos terem sido transferidos para a UFPR. Isso até a noite de ontem, já que em cerimônia realizada no Auditório Acdêmico-Cultural Fernando Sabino, os ex-alunos que iniciaram o curso em Viçosa e mudaram para Curitiba receberam o diploma desta Instituição e agora podem, finalmente, serem chamados de ex-alunos da Universidade Federal de Viçosa.

Para o chefe do Departamento de Engenharia Florestal, professor Guido Assunção Ribeiro, essa entrega de diplomas da UFV para os alunos das primeiras turmas foi um dos pontos importantes desse encontro. O segundo é o fortalecimento da profissão nesse momento de comemoração. Para ele, é hora de os engenheiros florestais ocuparem cargos que lidam diretamente com esta área de atuação, é preciso mostrar a competência dos profissionais da Engenharia Florestal.

A vice-reitora no exercício da Reitoria, professora Nilda de Fátima Ferreira Soares, destacou que o DEF vem garantindo qualidade de vida para a sociedade e ressaltou que é necessário sempre haver uma formação humanística, em que a Universidade não forme apenas profissionais aptos a atuarem no mercado, mas também cidadãos e cidadãs.

Presente na cerimônia, como ex-aluno do Colégio de Aplicação – Coluni, e do curso de Engenharia Florestal, o senador da República pelo estado do Espírito Santo, Renato Casagrande, ressaltou o lado prático da engenharia, que aprendeu ao longo do curso. Destacou a importância de um desenvolvimento não só econômico, mas com uma produção com sustentabilidade econômica, social e ambiental. Como futuro da profissão, acredita que o manejo de florestas nativas e o biocombustível a partir da celulose sejam os novos rumos da Engenharia Florestal.

Foram homenageados Therezinha Gomide Mizubuti, Jaci Gomes e Antônio José Gregório pela contribuição que deram ao curso desde sua criação. Houve ainda o descerramento da placa, feito pela vice-reitora e pelo chefe do DEF, em comemoração aos 50 anos da Engenharia Florestal no Brasil. A placa será, posteriormente, afixada no Departamento.

Ainda fizeram parte da mesa de honra a presidente da Câmara Municipal de Viçosa, Cristina Fontes; o Pró-Reitor de Extensão e Cultura e professor do Departamento de Engenharia Florestal, Gumercindo Souza Lima; o Diretor do Centro de Ciências Agrárias, professor Sérgio Hermínio Brommonschenkel; João Maria Belo Lisboa, primeiro Diretor da Escola Nacional de Florestas; professor Renato Mauro Brandi, decano da Engenharia Florestal no Brasil;  professor Sebastião Amaral Machado, representante da primeira Turma de Engenheiros Florestais formada na Universidade Federal do Paraná; Consultor e Pesquisador Edgar Campinhos; professor e pesquisador, professor Osvaldo Ferreira Valente; e Bétula Morici Lobo, representando Alcina Gardini Morici, primeira Engenheira Florestal do Brasil.

 

(Luan Henriques)