Uma mulher, ao se preparar para voltar para casa, revive memórias de tantas outras mulheres encontradas no interior paulista, confrontando-se com o poder patriarcal e com vários preconceitos e medos em relação à expressão feminina do afeto e da sexualidade. Assim, ela (e elas) não só revive(m) medos e opressões, mas também afirma(m) suas singularidades.TANTAS OUTRAS QUANTAS nasceu do desejo da atriz em compilar em um único espetáculo os vários ensinamentos obtidos com os grupos Lume e Barracão Teatro, centros de pesquisa teatral de Campinas.
Para a montagem foi usado o método da “mímesis corporea” do Lume, o qual não é uma simples imitação dos entrevistados, mas uma recriação da atriz das corporeidades e fisicidades desses colaboradores. Há também uma mescla com a dança, com o estado do palhaço e com a antropologia teatral.
A diretora Tiche Vianna, do Barracão Teatro, e a atriz alinhavaram as histórias coletadas buscando uma síntese para o tema e para a linguagem do espetáculo. Buscou-se no teatro essencial (a la Denise Stokclos) a concepção dramática desse espetáculo solo.
Abel Saavedra, do Seres de Luz Teatro , complementou com a luz e o cenário. Este tem como referência as instalações de Louise Bourgeois, artista plástica francesa/norte-americana, cuja criação gira em torno do medo do pai e o feminino.
Marco Sacarassatti, músico e compositor do Grupo Sonax, criou a trilha buscando a sugestão de espaços subjetivos de medos, desejos e suspensões.
Enfim, TANTAS OUTRAS QUANTAS é fruto de pesquisa em teatro físico, da escolha de um tema essencial para a atriz-solo e da união de vários grupos artísticos de Barão Geraldo/ Campinas.