Campus Viçosa
20/04/2018
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O Departamento de Solos da UFV reduziu suas atividades rotineiras por duas semanas para refletir sobre os rumos que vai seguir nos próximos anos. O Workshop de avaliação de ensino, pesquisa e extensão foi concluído no final da semana passada e, segundo os participantes, será um passo definitivo para o futuro da ciência do solo realizada na Universidade. O processo de auto-avaliação, como foi realizado, é uma experiência inédita na UFV.
A ideia de conceber um evento de auto-avaliação conjunta partiu do professor Teógenes Senna de Oliveira enquanto foi chefe do departamento. “Nas minhas experiências internacionais eu já havia conhecido empresas e instituições mistas que fazem avaliações com bons resultados, mas não tínhamos um modelo conhecido para um departamento que faz ensino, pesquisa e extensão”, disse ele. Ao assumir a chefia no ano passado, o professor Genelício Crusoe Rocha assumiu o propósito e, juntamente com o colegiado, nomeou uma comissão externa que pudesse centralizar e estimular as atividades de avaliação e proposição de novos rumos. “Nosso objetivo foi fazer com que professores, servidores e estudantes respondessem as seguintes perguntas: O que fomos, o que somos, o que queremos e o que precisamos ser”, afirmou o chefe do DPS.
Para dirigir os trabalhos de avaliação, o DPS convidou três professores com olhares externos ao Departamento e voltados para a globalização do conhecimento. José Miguel Reichert é professor da UFSM e editor da Revista Brasileira de Ciência do Solo. Richard Bell é professor da Murdoch University, na Austrália, e Angelo Palini é professor do Departamento de Entomologia da UFV. Além de professores, os três são pesquisadores com diversas experiências em instituições internacionais e gerenciamento de atividades de ensino, pesquisa e extensão.
O primeiro passo foi reunir, por um dia inteiro e sem contato com internet professores, servidores e estudantes de pós-graduação em um sítio próximo a Viçosa. Cada grupo apresentou suas histórias e avaliações de desafios, possibilidades e pontos positivos. Depois, durante duas semanas, a comissão ouviu cada membro do Departamento. “Não usamos nenhum método conhecido, mas ouvimos a todos com as questões propostas”, disse Angelo Palini.
O resultado da avaliação foi apresentado ao grupo em reunião realizada no auditório do Agros, dia 19 de abril. A comissão expôs os pontos positivos do Departamento como a formação de mais 312 doutores, 530 mestres e a inserção internacional de alguns grupos de pesquisa, além dos trabalhos de extensão e o fato de sediar a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Para destacar os desafios a serem enfrentados, a comissão elencou alguns itens importantes que têm sido tendências nos melhores centros de ensino e pesquisa do mundo, tais como impacto de pesquisas, responsabilidade social, relevância do trabalho, capacidade de estabelecer parcerias em redes internacionais, uso de ferramentas contemporâneas para ensino e pesquisa e capacidade de atuar nas fronteiras do conhecimento, nas externalidades e em áreas emergentes da ciência do solo, entre muitos outros. “O Departamento precisa atuar em áreas transversais da ciência para atender a demandas de pequenos e grandes agricultores e isso tem reflexos positivos no ensino e na extensão”, disse José Miguel Reichert.
A comissão também debateu temas como lideranças, relacionamento, comunicação, inovações para ensino ativo, incentivo à proatividade, redução de burocracias e criação de ambientes mais favoráveis à critica e à ciência em geral e até mesmo caminhos alternativos para financiamento de atividades. “Não estamos singularizando casos, mas sim apontando caminhos que todos entenderam como importantes e desejáveis nas exposições em grupos e individuais”, afirmou Palini.
O próximo passo, segundo Genelício Rocha é apresentar o relatório detalhado a cada grupo e traçar metas e possibilidade de mudanças. “Eu acho que a iniciativa já deu resultados porque foi um processo de integração, de reflexão e auto-avaliação. “Em breve, vamos passar por uma renovação importante no quadro de funcionários e professores e temos que definir o que queremos para o futuro. Creio que o Departamento está bem interessado em fazer as modificações necessárias”, disse o chefe do DPS.
Léa Medeiros
Fotos: Daniel Sotto Maior
Divulgação Institucional
Da dir. à esq., Jose Miguel Reichert, Richard Bell e Angelo Palini, membros do Comitê Externo
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