Institucional

Todos os campi

Pesquisadores dobram número de espécies conhecidas de insetos do gênero Guaranyperla

28/10/2025

Uma pesquisa conduzida por especialistas em insetos aquáticos do Programa de Pós-Graduação em Entomologia da UFV resultou na revisão taxonômica do gênero Guaranyperla, grupo pertencente à ordem Plecoptera, ampliando significativamente o conhecimento sobre sua diversidade no Brasil. Com o trabalho, dobrou o número de espécies conhecidas do gênero: de três para seis. Duas novas espécies foram descritas — Guaranyperla puri, encontrada na Serra do Brigadeiro, e Guaranyperla froehlichi, na Serra dos Órgãos. Além disso, a espécie G. barbosai foi transferida para o gênero, e foi realizada a associação entre formas imaturas e adultas dos insetos, etapa essencial para estudos de ecologia aquática.

Guaranyperla puri  Foto: Frederico Salles

O estudo, publicado na revista científica Insect Systematics and Evolution, foi realizado durante o doutoramento da pesquisadora Mellis Rippel, orientada pelo professor Frederico Salles. De acordo com os pesquisadores, o grupo de insetos estudado é relativamente pouco conhecido no Brasil, e havia muitas dúvidas sobre a diversidade e a biologia de alguns gêneros. “A revisão de Guaranyperla buscou esclarecer essas questões e demonstrou que a diversidade do grupo ainda está subestimada, indicando que novas espécies podem ser descobertas futuramente”, explicou Mellis.

Segundo o professor Frederico, os resultados têm implicações diretas para a conservação de ecossistemas aquáticos, especialmente os riachos de Mata Atlântica. “Espécies de Guaranyperla são altamente sensíveis à qualidade da água e podem ser utilizadas como indicadores ambientais. Além disso, esses insetos desempenham papel importante no processamento de matéria orgânica e servem de alimento para outros organismos aquáticos”, disse.

A pesquisa envolveu coletas de insetos adultos em diferentes áreas, comparações com exemplares depositados em coleções científicas e análises detalhadas da literatura. Diferenças morfológicas consistentes permitiram identificar novas espécies e reclassificar outras. Todas as descobertas foram documentadas por meio de registros fotográficos detalhados.

A pesquisadora Mellis Rippel durante coleta dos insetos. Foto: Frederico Salles

A pesquisa contou com apoio financeiro da Capes, CNPq e Fapemig  e está alinhada ao item14 (Vida na Água) dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.