Eventos

Campus Viçosa

Semana do Fazendeiro também é espaço para empreender nos negócios

16/07/2025

Só no final de semana passada, quando começou a 95ª Semana do Fazendeiro, mais de 25 mil carros passaram pelo campus da UFV. Todos os dias, são milhares de pessoas lotando hotéis, ruas, bares e restaurantes de Viçosa. O evento é uma boa oportunidade de negócios para a cidade e para quem expõe seus produtos. Além das pessoas que vêm fazer os mais de 350 cursos oferecidos nesta edição, vir à Viçosa só para passear pela UFV já é uma tradição para quem mora nas cidades vizinhas. Esse público é particularmente importante para os mais de 150 expositores, que vendem produtos muito variados. De drones sofisticados a vasinhos de suculentas, há consumidores interessados em conhecer as novidades, ainda que seja para comprar em outra oportunidade. Ser uma vitrine para bons negócios é o que atrai e mantêm os empreendedores que há anos frequentam a Semana do Fazendeiro.

 Estandes se revelam uma boa oportunidade de negócios que acontecem durante e depois do evento

Expor um trator que custa mais de R$320 mil ou um vaso de orquídea que sai por R$50,00 é o objetivo comum entre os novos e antigos comerciantes. Representante de uma loja de máquinas e implementos agrícolas de Muriaé, Vinícius Caneshi conta que as pessoas fazem filas para conhecer a sofisticação dos produtos que vende. Existem os curiosos e apaixonados por tecnologias, mas também os produtores interessados em conhecer e experimentar as máquinas. É ali no estande que começam as negociações que acabam resultando em compras, ainda que meses depois. “Estar no evento é uma estratégia de negócios para atingir um público que nem sempre teria acesso às novidades que chegam na empresa todos os anos”, disse o empresário.

Vinícius Caneshi expõe máquina agrícolas

A sedução da tecnologia também é a estratégia da empresa de Vinícius Fialho, que é de Viçosa e vende drones que vão de R$3 mil a R$280 mil. Ele conta que já tem alguns clientes na região que usam drones para pulverização agrícola, mas ainda há um grande potencial de crescimento se os produtores, mesmo que pequenos, conhecerem as vantagens da tecnologia que ajuda a mapear propriedades e lavouras, pulverizar ou semear a próxima safra. “Vendo de perto como funciona, fica mais fácil entender as facilidades que os drones entregam e como podem ajudar na produção. O negócio pode até se concretizar depois, mas começa aqui, na exposição e na troca de ideias com os produtores”.

Empreender nos negócios é também o que move Claudecy Coke. Ela é dona de um orquidário e de uma loja em Viçosa. “Aqui eu sou vista para ser lembrada depois. Durante a Semana, eu vendo muito bem, mas eu também conheço pessoas e divulgo a minha loja. Ao longo do ano, as pessoas que me conheceram no evento se lembram das minhas orquídeas, compram na minha loja, encomendam e recomendam. É uma vitrine”, comenta ela. Esta é também a história de Vanessa Fialho, que vende suculentas o ano todo para clientes conquistados durante a Semana do Fazendeiro.

Claudecy Coke se faz conhecida durante o evento para vender o ano todo

Darlene Fialho produz itens de crochê e expõe pela primeira vez no evento. Ela conta que, em dois dias, vendeu mais do que normalmente consegue em um mês de trabalho e acha ainda mais importante se tornar conhecida. “Eu mostro os produtos e divulgo minha conta no Instagram. Assim, eu amplio meu público e posso vender mais”, disse ela, que sai da Semana do Fazendeiro com muitas encomendas e mais seguidores nas redes sociais.

Artesã em Canaã, Darlene Fialho expõe crochês enquanto divulga suas redes sociais

Ser uma vitrine para pessoas da região também é o modelo de negócios de Leandro Vieira. Dono de uma loja de móveis rústicos em Viçosa, ele divulga os produtos e o comércio, ainda que as vendas só se concretizem posteriormente. “A referência fica na memória das pessoas e isso dura”, afirma o empresário.

Josemeire Caravalho conta que os estandes da Associação de Artesãos de Viçosa se multiplicam a cada ano

A grande maioria dos expositores da Semana do Fazendeiro são artesãos e vêm de Minas Gerais, alguns se associam para arcar com os custos de mostrar seus produtos e conquistar novos clientes. A Associação de Artesãos de Viçosa começou assim. Hoje, tem sete estandes com produtos diferentes. “Aqui nós divulgamos também a nossa feira semanal e nossas redes sociais, com as novidades que produzimos, e é assim que ampliamos nossa visibilidade”, disse Josemeire Caravalho, presidente da Associação.

Há ainda quem venha de longe, como Dayse Povh, que há de 10 anos vende casacos de couro no evento. “Dirijo mais de 1200 km para estar aqui, mas estar na Semana do Fazendeiro sempre vale a pena".

Fotos: Franciele Zagne