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Convênio assinado pela UFV abre espaço para uso do bambu na matriz energética

20/10/2022

Pesquisadores estão a procura das melhores variedades de bambu para fabricação de carvão

O Departamento de Engenharia Florestal da UFV acaba de assinar um convênio com a empresa Econew para pesquisa do potencial do bambu para a produção de carvão vegetal. Os estudos, que começaram em agosto com a escolha das mudas a serem plantadas, podem ajudar o país fornecendo mais uma alternativa de energia renovável a partir do carvão vegetal. A parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) conta ainda com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), sediada na Universidade. 

"A possibilidade de chegarmos ao carvão vegetal de bambu é uma inovação”, explica o professor Sebastião Valverde, que coordena o projeto. De acordo com ele, o produto tem potencial para substituir o carvão mineral e poderá apresentar maior produtividade que o carvão vegetal produzido a partir do eucalipto. “A energia térmica usando biomassa já é mais competitiva do que a que utiliza combustíveis fósseis”. Ele lembra que o ciclo da plantação de bambu leva em torno de três anos, enquanto o do eucalipto necessita de seis a sete anos.

Ainda de acordo com Valverde, a perspectiva de poder calorífico e a densidade de granel igual ou mesmo superior à do eucalipto atraíram a curiosidade científica dos pesquisadores. Agora, será preciso identificar os melhores materiais genéticos para testar se, de fato, a rotação se dará em apenas dois anos e qual será o potencial de produtividade. Cerca de 45 mil mudas de uma espécie de bambu já foram adquiridas pela Econew para início de testes.

Os pesquisadores também estão avaliando a versatilidade do uso do bambu. Para isso, a UFV criou um grupo temático de estudos, para debater outras aplicações e as principais questões operacionais que podem ser resolvidas pela pesquisa.

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