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Campus Viçosa

Participantes da Semana do Fazendeiro buscam agradar a mercados mais exigentes

18/08/2022

O curso para baristas é um dos mais procurados nesta edição da Semana do Fazendeiro

Desde a década de 1990 que o perfil do público que frequenta a Semana do Fazendeiro vem se modificando. Saíram os grandes do agronegócio e aumentou o número de pequenos e médios produtores que buscam conhecimento e consultorias para seus problemas. Segundo os organizadores do evento, metade dos participantes mora nas cidades e têm sítios ou pequenas propriedades no meio rural. A outra metade vem da agricultura familiar. É pensando neste público que foram planejados os 240 cursos e as 18 sessões de conversas com especialistas nesta 92º edição do evento.

Para Carlos Pacheco, coordenador da Secretaria da Semana do Fazendeiro, os agricultores estão em busca de diversificar a produção e agregar valor ao que produzem. Por isso, os cursos de processamento de alimentos estão entre os mais requisitados. “Os pequenos produtores já entenderam a importância da gourmetização e estão atrás de técnicas que os ajudem a fazer a diferença com alimentos especiais e diferenciados que são mais caros e procurados por pessoas exigentes”.

É o caso do curso de Classificação e Degustação de Cafés Convencionais e Especiais, o barismo, um dos primeiros a ter as vagas esgotadas logo que as inscrições são abertas. Barista é uma pessoa especializada em reconhecer, pelo paladar bem treinado, as diferentes qualidades de um café. Segundo o professor do curso, Pedro de Lima Pinto, a procura também se justifica na tendência à goumertização dos alimentos. “Quem já cultiva café quer ter certeza da qualidade do produto que vende para ter melhores preços. Também temos alunos que desejam abrir uma cafeteria com produtos especiais e há ainda os que cultivaram o hábito de tomar bons cafés e querem comprar com mais eficiência”, disse o especialista do Senar.

Nesta mesma tendência estão os cursos de degustação comentada e análise sensorial da cachaça, de fabricação de linguiças artesanais e de queijos e iogurtes especiais. De olho nos paladares mais exigentes, há grande demanda por cursos que ensinam a produzir alimentos sem glúten, lactose e açúcares.

Um dos cursos mais antigos e ainda um dos mais procurados é o de criação de galinhas caipiras. Se a carne e os ovos caipiras antes eram um alimento da roça, atualmente são desejados por quem procura uma alimentação mais saudável e produtos orgânicos.

No campo, os cursos sobre pragas agrícolas sempre atraem os fazendeiros com problemas variados. O mesmo acontece com os que ensinam técnicas para aumentar a produtividade e o preço dos animais e ensinam a melhorar a eficiência reprodutiva de bovinos. Temas como legislação e conservação do meio ambiente também seguem como tendência crescente na demanda dos participantes da Semana.

Quem já fez cursos em anos anteriores ou já domina algumas técnicas vêm à Semana do Fazendeiro para tirar dúvidas. Este é o objetivo das conversas com especialistas. Este ano são oferecidas 18 sessões em temas como administração rural, bovinocultura, cafeicultura, conservação do solo e da água, controle de pragas, geração de energia, licenciamento e serviços ambientais e plantio e manejo florestal. As orientações são coletivas e os inscritos têm mais tempo para aprofundar as dúvidas que trazem de suas fazendas. É o caso de Ciro Agostini, de São João Del Rey (MG), e Tales Matheus, de Araruama (RJ). Eles fazem os cursos e se inscrevem na conversa para aprofundar os problemas de suas propriedades. Edson Marques, de Brás Pires (MG), frequenta a Semana do Fazendeiro há mais de 20 anos e faz o mesmo. “Aqui, a gente tem consultoria mesmo. As turmas são menores e dá tempo de resolver muita coisa com os professores e trocar experiências com os colegas”, afirmou o produtor de gado de leite.

Divulgação Institucional

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