Institucional

Todos os campi

Pesquisa investiga como produtos simbióticos agem para prevenir doenças intestinais

06/07/2022

O Kefir é um dos probióticos pesquisados na pós-graduação em Nutrição e Saúde

A descoberta de que algumas doenças estão ligadas à microbiota intestinal abre muitas possibilidades para a ciência investigar até que ponto os microrganismos que vivem no nosso intestino influenciam na saúde. Probióticos como o kefir, kombucha e os produtos lácteos enriquecidos com lactobacilos viraram moda em todo o mundo, prometendo uma microbiota intestinal mais rica e saudável. Estudar a interação de produtos pré e probióticos na prevenção de doenças intestinais, como o câncer de intestino e o câncer associado à inflamação, foi o objetivo da pesquisadora e agora professora da UFV em Rio Paranaíba, Bruna dos Santos Cruz. Os resultados renderam a ela e à sua orientadora, a professora Maria do Carmo Gouveia Peluzio, do Departamento de Nutrição e Saúde, quatro prêmios em anos consecutivos no Ganepão, o maior congresso da América Latina na área.

Probióticos são microrganismos vivos, capazes de enriquecer beneficamente a nossa microbiota intestinal. Os prebióticos, por sua vez, são compostos formados por fibras que funcionam como alimentos para estes microrganismos. Juntos, eles formam os simbióticos. Desde o mestrado, em 2016, Bruna se dedica a pesquisar a influência de simbióticos na prevenção de lesões na mucosa intestinal, que podem progredir para um câncer de cólon. No doutorado, defendido no início deste ano, a pesquisadora usou camundongos que foram geneticamente modificados para desenvolver doenças inflamatórias intestinais, mais especificamente a colite. Durante os experimentos, eles foram tratados com o probiótico comercial chamado de VSL3 e o prebiótico PBY, desenvolvido e patenteado pela UFV, sob a coordenação da professora Célia Luces Fortes Ferreira (Departamento de Tecnologia de Alimentos), e elaborado com fibras da batata yacon. Outros estudos científicos já haviam mostrado a eficiência de simbióticos na prevenção do câncer de cólon, mas faltava entender como agiram para evitar que a inflamação causada pela colite evoluísse para a carcinogênese do cólon.

O trabalho, premiado com o primeiro lugar este ano no congresso Ganepão, mostra que os animais tratados com o simbiótico apresentaram uma microbiota diferente dos que não receberam o tratamento. “Os que ingeriram o simbiótico tinham uma microbiota mais rica em número e em variedade de bactérias benéficas ao organismo, oferecendo, portanto, maior proteção anti-inflamatória”, explica Bruna. Ao avaliar as vias metabólicas de ação das bactérias no intestino, ela descobriu que o simbiótico também foi capaz de modificar o ambiente intestinal, impedindo a presença de uma bactéria relacionada à inflamação celular, que pode levar ao desenvolvimento do câncer. Isso significa, segundo as pesquisadoras, que o uso profilático do simbiótico testado protege o intestino de bactérias nocivas, reduz o processo inflamatório e ajuda a regredir as lesões iniciais do câncer de cólon. 

Assim, como os produtos testados são seguros, as pesquisadoras consideram que os resultados ajudam no entendimento da atuação dos simbióticos, contribuindo para prescrições que podem prevenir a doença em humanos. 

A pesquisa citada nesta matéria está alinhada ao item 3 (assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades) dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Divulgação Institucional

_____
As divulgações institucionais estão restritas, conforme a legislação eleitoral determina, até que o Tribunal Superior Eleitoral oficialize o término das eleições de 2022.