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Viçosa desponta com menor número de mortes por covid-19 e maior índice de vacinação entre cidades da região

19/10/2021

Decisões baseadas na ciência foram essenciais para o bom desempenho de Viçosa na pandemia

Quem olha para a tabela (abaixo) que compara o número de mortes, casos confirmados de covid-19 e vacinação completa só pode sentir um grande alívio por ser morador(a) de Viçosa, o que, é claro, não diminui a tristeza e a solidariedade com todas as tragédias pessoais e coletivas que envolvem a pandemia do novo coronavírus. A cidade teve o menor número (18) de mortes por dez mil habitantes e também o maior índice de pessoas totalmente imunizadas entre os oito maiores municípios da Zona da Mata mineira e Campos das Vertentes. Viçosa também está abaixo da média de Minas Gerais (25.8) em número de óbitos. As estatísticas deixam clara a importância da presença e do papel de uma universidade comprometida com a ciência e com a comunidade que a acolhe.

Os dados avaliados, mostrados na tabela, abrangem as cidades com mais de 50 mil habitantes na região: Barbacena, Cataguases, Leopoldina, Juiz de Fora, Muriaé, Ubá, São João del-Rei e Viçosa. Ao ver os números, o assessor especial de Saúde da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários da UFV, Bruno Henriques, se emociona: “Foram muitas pessoas planejando e trabalhando duro desde o primeiro dia em que o mundo se viu diante da pandemia. A equipe que atua na imunização no campus se emociona todos os dias com as histórias compartilhadas. A vacinação está mostrando que a vida vai seguir para a normalidade. Mas olhar para a comparação dos números, agora que a pandemia se enfraquece a cada dia, nos faz ver que evitamos muitas mortes e outras tantas histórias tristes. Dá um orgulho danado saber que, o trabalho da UFV, em parceria com o município, salva vidas e reacende as esperanças da população”.

O reitor Demetrius David da Silva também vibra ao ver os índices comparativos. “Fomos a primeira universidade a parar. Temos mais de 20 mil estudantes em um município com uma estrutura de saúde muito pequena. Tivemos que paralisar as atividades acadêmicas pelos alunos e pela comunidade que precisaria dos leitos hospitalares”, lembra.  De acordo com o reitor, quando os casos de covid-19 começaram a surgir na Europa, e antes mesmo da decretação da pandemia, a UFV se apressou em providenciar o credenciamento dos laboratórios para realização dos testes RT-PCR e a aquisição de insumos para testagens.

O planejamento foi fundamental para monitorar e conter o avanço da doença, logo que chegou à região. “Nós conhecíamos a competência dos nossos pesquisadores, que já tinham trabalhos com vírus, e avaliamos a capacidade da UFV em colaborar com o monitoramento. Por isso, nos apressamos em oferecer condições de trabalho”, conta o reitor, que também não se cansa de elogiar a boa vontade dos pesquisadores que rapidamente se dispuseram a reorganizar os seus laboratórios para fazerem os testes de covid. “Eles cederam material que já tinham, planejaram cada etapa da testagem e apresentaram soluções. Quando muita gente foi para o necessário confinamento em casa, eles permaneceram nos laboratórios trabalhando sem descanso para monitorar os casos de covid. Por isso, dizemos que a ciência salva vidas”.

Testagem

Nestes 20 meses da pandemia, os laboratórios da UFV já realizaram quase 16 mil testes RT-PCR para Viçosa. Outros 40 mil foram realizados para 28 municípios da microrregião. Até o início de 2021, os testes eram feitos com recursos próprios da UFV. Enquanto os resultados dos exames enviados para Belo Horizonte demoravam dias para chegar, os laboratórios da Universidade os divulgavam em, no máximo, dois dias. Com a confirmação dos casos, os pacientes podiam ser isolados, evitando a contaminação em massa e a sobrecarga dos hospitais e das equipes de saúde. O esforço valeu a pena. Proporcionalmente, Viçosa teve um dos menores índices de casos de covid confirmados na região.

Bruno Henriques, que é professor do Departamento de Medicina e Enfermagem (DEM), lembra que os bons resultados apresentados por Viçosa só foram possíveis porque a Universidade e a Prefeitura trabalharam em parceria. “Quando as equipes técnicas que formavam o Conselho Consultivo do município, de forma democrática e orientadas pelas questões científicas, sugeriram medidas para conter o avanço do vírus, Viçosa poupou vidas, sobretudo quando a estrutura de saúde e hospitais ainda não estava preparada”. A cidade também foi a primeira da região a tornar obrigatório o uso de máscaras, seguindo as orientações técnicas. Também em parceria com a Prefeitura Municipal, a UFV criou a Unidade Covid, para triagem dos casos na Unidade de Atenção Especializada em Saúde (Uaes), ganhando tempo para organização do sistema de saúde e evitando sobrecarga dos hospitais. “O trabalho e a disponibilidade dos professores e técnicos do DEM foram essenciais neste processo”, na opinião de Bruno.

A UFV também foi proativa ao avaliar a longa permanência do coronavírus em todo o mundo. Investindo na ciência, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação criou um edital para financiar pesquisas com Sars-CoV-2. Novos testes, mais rápidos e eficientes, já estão em fases conclusivas e uma quimera vacinal está em desenvolvimento.

Vacinação

Em março de 2021, quando chegaram as primeiras vacinas, a UFV se colocou mais uma vez à disposição da Prefeitura de Viçosa. A maior parte da imunização passou a ser feita no campus, com técnicos da Universidade e da Prefeitura trabalhando juntos na aplicação. A estrutura oferecida pela UFV dá conforto à espera pelas vacinas, ao contrário das demais cidades, onde as filas são imensas e colocam pessoas em risco de contágio.  A vacinação no campus da UFV acontece até mesmo nos finais de semana e feriados, dependendo da disponibilização dos imunizantes. As equipes já chegaram a aplicar 2.600 doses em um único dia. Por isso, Viçosa está na frente das demais cidades com 58% da população totalmente imunizada. Até agora, foram aplicadas mais de 114 mil doses da vacina no Espaço Multiuso e na Divisão de Saúde, ambos no campus da UFV, e na Sala de Vacinas da Unidade Básica de Saúde, do centro da cidade.

Para o reitor da UFV, “os resultados positivos mostram o valor da ciência na tomada de decisões, a importância do planejamento no enfrentamento da crise sanitária e o diferencial do comprometimento e disponibilidade dos servidores e estudantes da Universidade, em parceria com a Prefeitura de Viçosa, em prol da nossa comunidade”.

Léa Medeiros

Divulgação Institucional

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