Institucional

Campus Rio Paranaiba

Estudo em laboratório do campus Rio Paranaíba identifica linhagem P1 do SARS-CoV-2

22/04/2021

Um estudo coordenado pelo professor Rubens Pasa, do Laboratório de Diagnósticos Moleculares do campus Rio Paranaíba, detectou a linhagem P1 do vírus SARS-CoV-2 em sete municípios da região do Alto Paranaíba. Em outros dois municípios, foi detectada a linhagem P2. O estudo teve a colaboração de Marilda de Siqueira e Paola Cristina Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como Centro de Referência Nacional em vírus respiratórios junto ao Ministério da Saúde e como referência para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em covid-19 nas Américas.

Segundo o professor, a OMS reconhece três linhagens do vírus SARS-CoV-2 como “variantes preocupantes” (VOC - “variant of concern”), ou seja, que representam alto risco de aumento de transmissão e virulência. Uma destas linhagens é a P1, encontrada pela primeira vez em Manaus, no fim de 2020. Esta linhagem variante apresenta uma mutação na proteína spike, que é responsável pela invasão do vírus nas células humanas. Diversos estudos têm demonstrado que ela é responsável pelo aumento significativo nos casos de internação e na disseminação do vírus em diversas regiões do Brasil.

O Laboratório de Diagnósticos Moleculares, que já entregou à população do Alto Paranaíba mais de 16 mil exames de covid-19 “padrão ouro”, encaminhou para sequenciamento de genoma na Fiocruz 21 amostras de pacientes que tiveram resultado positivo no exame de RT-PCR, coletadas entre 18 de fevereiro e 8 de março. De acordo com o estudo genômico, todas as amostras correspondem a linhagens variantes do vírus causador da covid-19, que evoluíram nos últimos meses. A linhagem variante preocupante P1 foi encontrada em todas as amostras provenientes de Patos de Minas, Carmo do Paranaíba, João Pinheiro, Lagoa Formosa, Rio Paranaíba, São Gotardo e Serra do Salitre.

Já nas amostras dos municípios de Tiros e Varjão de Minas foi encontrada a linhagem P2, originária do Rio de Janeiro, e chamada de “variante de interesse” (VOI - “variant of interest”). Trata-se de um tipo que tem potencial para se tornar preocupante e merece acompanhamento. Entretanto, a proximidade dos municípios favorece a disseminação de ambas as linhagens em toda a região.

De acordo com o professor Rubens Pasa, o próximo passo é obter recursos para ampliar a genotipagem por sequenciamento genômico ou outras metodologias que estão em desenvolvimento no laboratório, para identificar os fatores que determinaram a substituição do vírus comum pelas linhagens variantes, monitorar o impacto das variantes nos serviços básicos de saúde e auxiliar as ações municipais para reduzir a transmissão do vírus e seu impacto na população. Em sua opinião, o monitoramento das linhagens variantes é importante para políticas públicas, pois fornece subsídios para melhor determinar momentos de rigidez ou flexibilidade das regras vigentes para o distanciamento social.

 

Divulgação Institucional – Campus Rio Paranaíba