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Andifes divulga dados de contribuições das IFES para combate ao novo coronavírus

11/05/2020

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu nesta segunda-feira (11), uma coletiva de imprensa para apresentar as principais iniciativas promovidas por 46 universidades federais brasileiras no combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo a entidade, existem 823 pesquisas em andamento, além de diversas ações de produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), doados ao sistema público de saúde e a entidades filantrópicas. Juntas, as universidades já produziram 63 mil protetores faciais, 85 mil máscaras de pano, seis mil aventais e quase 700 campanhas educativas para auxiliar 198 governos municipais.

Segundo o presidente da Andifes e reitor da UFBA, João Carlos Salles Pires da Silva, o volume de ações é muito significativo mesmo num contexto de muitos cortes orçamentários. “As universidades públicas, assim como o Sistema Único de Saúde (SUS), têm conseguido dar as respostas mais eficazes nesse momento. Evidentemente que estão atuando com as condições que têm. Estamos sofrendo uma defasagem orçamentária que, se não houvesse, possibilitaria respostas mais robustas. Estamos respondendo a tudo isso com uma seriedade imensa, que pode ser observada a partir dos números apresentados.”

Para a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Lúcia Pellanda, que preside a Comissão de Comunicação da Andifes, as universidades colocaram suas estruturas à disposição, convertendo suas especialidades para produzir, por exemplo, quase um milhão de litros de álcool gel e 912 mil litros de álcool líquido 70%. Ela explicou ainda que as pesquisas em andamento nas universidades estão focadas, sobretudo, na identificação do genoma viral do Sars-Cov-2 para produção de vacina; em sistemas informatizados para detecção do avanço da pandemia; em estudos populacionais para avaliar subnotificação e em alternativas para fabricação de ventiladores mecânicos e para produção de testes mais baratos.

A Andifes também divulgou que as universidades federais disponibilizam 489 leitos para UTI e 2.228 mil leitos normais, em hospitais universitários e em parcerias com hospitais de campanha. Ainda de acordo com a Associação, a Secretaria da Educação Superior (Sesu) disponibilizou cerca de R$ 180 milhões para serem investidos em algumas ações, contemplando algumas universidades que já tinham previsão de apoio a ações de combate à pandemia.

Volta às aulas

Durante a entrevista coletiva, os jornalistas perguntaram sobre as perspectivas de retorno às atividades acadêmicas que estão suspensas. João Carlos Salles Pires esclareceu que o ano civil não coincide com o calendário escolar e a volta às aulas vai depender do comportamento da epidemia.  Ele contou que a Andifes já constituiu um grupo de trabalho para identificar quais medidas serão necessárias para um retorno seguro, tanto para os alunos quanto para as regiões onde estão as universidades. “Voltar significa assumir responsabilidades, ter planos precisos. Não se volta de qualquer maneira. Nossos espaços presenciais talvez não estejam preparados para oferecer as condições de higienização necessárias para uma situação como esta. Terá que ser pensado um planejamento para garantir que o retorno não signifique afrouxar as medidas sanitárias devidas e favorecer uma nova onda da disseminação do novo coronavírus. Mas cada universidade é autônoma para decidir essa questão”, afirmou. Ainda para ele, as universidades assumem que a vida é um valor que não se precifica e não se compara a outros valores”.

Atividades remotas

Ainda para o presidente, a Andifes irá promover, ainda este mês, um evento para debater ações remotas e tecnologias de informação que possam funcionar como ferramentas de apoio ao ensino durante a pandemia. “Estas ações precisam superar desigualdades e não aprofundá-las, por isso é preciso ter calma para oferecer condições digitais para a população, uma vez que o acesso as essas tecnologias é desigual fora das universidades. Não podemos agir no improviso e não estamos de férias. Estamos trabalhando para oferecer alternativas inclusivas e de qualidade”, disse ele, esclarecendo ainda que também há um grupo de trabalho construindo  estas propostas.

Dados da UFV

A UFV está atuando no enfrentamento da pandemia do coronavírus desde o mês de fevereiro, colocando toda a estrutura à disposição da sociedade em seus três campi. Os números das ações empreendidas pela UFV fazem parte do quantitativo divulgado pela Andifes.

Apesar de não possuir um Hospital Universitário, a UFV adaptou a Unidade de Atendimento Especializado em Saúde (UAE) para receber, orientar e encaminhar pacientes com suspeita da doença, visando desafogar os atendimentos realizados nos hospitais da cidade. A Unidade Covid-19 foi inaugurada dia 7 de abril e feita com recursos próprios da UFV, em parceria com a Prefeitura Municipal de Viçosa e o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião. Professores dos cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade, além de servidores municipais atendem cerca de 2.200 pessoas por mês.

Além da criação da Unidade Covid-19, em parceria com a Prefeitura, a UFV também participa do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES-Viçosa) para deliberação dos procedimentos a serem adotados pelo setor de saúde, buscando prevenir e atender os possíveis casos de pacientes diagnosticados com Covid-19 em Viçosa. O grupo é formado por profissionais e gestores da saúde no município, médicos especialistas, professores e técnicos-administrativos da UFV.

A UFV e o Agros emprestaram nove respiradores para os hospitais da cidade. Os de menor porte foram encaminhados ao hospital São Sebastião para a ala pediátrica e neonatal, e os de maior porte para a CTI do hospital São João Batista.

Pesquisas e testagem para coronavírus

Segundo a Andifes, as universidades federais estão realizando 2.600/dia para apoiar as iniciativas de contenção e tratamento da Covid-19. Até agora, mais de 55 mil pessoas já foram testadas. Na UFV, seis laboratórios - cinco do campus Viçosa e um do campus Rio Paranaíba - foram certificados e credenciados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para realização de 200 testes/dia e 6 mil/mês. Os testes são do tipo RT-PCR, com resultados liberados em 48 horas.

O Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV também criou uma Comissão de Produção de Inovações Tecnológicas no Combate à Covid-19, composta por servidores da Universidade. A iniciativa tem como objetivos discutir, planejar e elaborar soluções para o desenvolvimento de tecnologias em produtos, serviços e processos para o combate à doença Covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

Em abril, a UFV abriu um edital para pesquisadores interessados em desenvolver tecnologias para geração de insumos para testes de detecção da Covid-19, visando eliminar a necessidade de importação dos kits de testes. A mesma chamada também busca grupos de pesquisas para desenvolver novos tipos de testes moleculares ou sorológicos que possam auxiliar no controle epidemiológico da doença. Os resultados deste edital deverão ser divulgados ainda nesta semana.

Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) e produção de álcool 

Os EPIS têm sido um dos maiores problemas para a gestão da pandemia na saúde pública e privada. Por causa da pandemia, é muito difícil encontrar este material no mercado internacional. As universidades têm sido pioneiras na iniciativa de produção de EPIS para doação aos profissionais de saúde. Na UFV já foram produzidas, até hoje, 464 máscaras de proteção (face shield) a partir da utilização de impressoras 3D. Os equipamentos são destinados aos hospitais e laboratórios de Viçosa e municípios da região. A produção de 14.500 mil máscaras cirúrgicas também já mobilizou centenas de voluntários da Universidade.

Além disso, em alguns laboratórios da Universidade foram produzidos cerca de três mil litros de álcool para hospitais, unidades básicas de saúde e asilos da região.

Treinamento especializado e ações comunitárias

Professores e pesquisadores de quase todos os departamentos da UFV têm gravado vídeos educativos ou de treinamento nas suas áreas de conhecimento, produzido e-books, programas de rádio e orientações para lidar melhor com as mudanças de rotinas causadas pelo isolamento social. Profissionais da Diretoria de Comunicação Institucional estão produzindo conteúdos diários para orientação a diversos públicos no site e nas mídias sociais da UFV.

Professores da área da saúde já realizaram diversos treinamentos para os profissionais que estão lidando diretamente com a Covid-19, sobretudo para uso correto de EPIs e controle de fluxos de pacientes em hospitais e unidades de saúde.

Lista de universidades participantes das ações computadas pela Andifes

UFV, UFRN, UFCSPA, Cefet-MG, UFJF, UFBA, UFU, UFPR, Unifal, UFPI, UFJ, UFMS, UFRRJ, UFMA, UFRB, UFPB, UFOB, UNILA, Unipampa, UFRGS, UFSB, UFSC, UFF, UTFPR, UFMT, FURG, UFRPE, UFPel, UFABC, Unifesspa, Cefet-RJ, UFERSA, UFRA,  UFOP, UFMG, UFM, UFPE, UFRJ, Unifesp, UFFS, UFLA, UFSM, UFES, UFSCar, UFTM e UFG.

 

Léa Medeiros

Divulgação Institucional