Campus Viçosa
20/01/2020
Formandos de 2020 em frente ao prédio Arthur Bernardes
Quando ingressou na Universidade, Daniel Cabral acreditava que a experiência acadêmica seria uma extensão dos anos de escola. Compreensível, já que um quadro negro e algumas cadeiras são iguais em qualquer lugar. Agora, prestes a se formar em Ciências Sociais, Daniel afirma ter descoberto que a graduação é mais do que uma sala de aula. Realmente, a excelência da UFV em ensino, pesquisa e extensão agrega conhecimentos técnicos e científicos que são para a vida toda, mas, no âmbito subjetivo, os anos de universidade carregam consigo um valor difícil de medir.
“Ao chegar à UFV, me deparei com um ambiente muito mais complexo do que imaginava”, conta Daniel. Criado em Viçosa, ele sempre havia sonhado em ultrapassar as Quatro Pilastras como estudante, nem que fosse para cursar o ensino fundamental. O sonho não se concretizou durante o colégio, mas, anos depois, ele ingressou no ensino superior, e, a partir daí, começou a notar um crescimento pessoal. “Foi a primeira vez que convivi com pessoas do Brasil inteiro, e isso me fez sair da minha bolha”, afirma.
Pilar Alves, formanda em Biologia, também aponta vantagens em vivenciar um ambiente complexo como o da universidade: “Conheci muita gente com opiniões diferentes das minhas. Isso me ensinou a respeitar e valorizar seja quem for”. Por ser de Ipatinga (MG), ela teve que morar em república e aponta essa experiência como uma das que mais a fizeram amadurecer. “Descobri que o chão não se limpa sozinho”, brinca. “Se eu não prezasse pela minha responsabilidade de limpar, outras pessoas sairiam prejudicadas”.
Na UFV, Pilar ficou feliz ao encontrar um cenário diferente do que imaginava. “Na minha cabeça, faculdade era sinônimo de bagunça”. Quando ingressou na UFV, surpreendeu-se com a quantidade de projetos e atividades que aconteciam na instituição. “Fiquei encantada como a pesquisa científica daqui tem influência na sociedade”. Nós somos reconhecidos não só regionalmente, mas em vários países”. Sua trajetória na graduação também não se limitou ao Brasil. Por meio da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), ela passou um semestre na Universidade de Lisboa, em Portugal. “Essas possibilidades de troca me deixaram impressionada desde o início”, lembra.
Viçosense, a formanda em Economia Cinara Simonino não morou em república, mas também percebeu a quantidade de oportunidades oferecidas pela UFV: “tinha muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Eu precisei escolher. Perdi algumas oportunidades, mas as que agarrei foram muito importantes para mim”. Agora, o objetivo é trabalhar em sua área de formação: “quero conseguir um bom emprego e sair da casa dos meus pais”.
Daniel, por sua vez, sonha mais alto. Ele, que sempre se interessou por política, quer ser o futuro presidente da república. “A UFV me ajudou muito nesse sentido porque o curso de Ciências Sociais abrange a Ciência Política“. “Pode parecer clichê, mas o que adquiri na graduação é minha maior riqueza, não há dinheiro que pague o conhecimento”. Ademais, ele se diz grato aos professores que conheceu em seu Departamento, “não só pelas aulas, mas também pelas conversas de corredor”.
Apesar de estar aberta às oportunidades que aparecerem – de concursos à pós-graduação -, Pilar deseja seguir o caminho do magistério. Uma das lembranças mais marcantes que tem da Universidade é a de lecionar numa escola do bairro Silvestre, distante cerca de quatro quilômetros do campus. A experiência se deu por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). “Eu amo a Biologia, principalmente as plantas, e quero compartilhar esse amor com meus futuros alunos”.
Turma vai, turma vem, e os rostos na Universidade vão se renovando. O campus Viçosa da UFV, exceto por alguns prédios novos e pequenas mudanças aqui e ali, continua o mesmo: sempre as árvores floridas, os pássaros partindo no fim de tarde em direção às Quatro Pilastras. Quem muda é quem passa por ele. “Fui adquirindo independência e me tornando adulta aos poucos”, conta Pilar. “É muito mais que um diploma. Eu sou apaixonado pela Universidade e grato pelas pessoas que passaram pela minha vida aqui dentro”, revela Daniel. “O que fica, para mim, é a gratidão. Parte do que sou hoje, eu devo à UFV”.
Eu, como redator do texto acima e formando de Jornalismo, levo comigo as melhores lembranças da UFV. Andar sem destino pelo campus com um fone no ouvido, explorar o interior dos prédios de outros departamentos, e passar o tempo livre sentado próximo à lagoa são algumas delas. Agora é hora de começar um novo capítulo. As possibilidades são infinitas e o mundo é grande. Que bom! As pilastras já estiveram de pé por 90 anos, e continuarão aqui para quem quiser retornar. Até logo, UFV!
Davi Medeiros
Ex-estagiário da Diretoria de Comunicação Institucional
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