Extensão
Campus Florestal
01/11/2019
Parte do curso das professoras Sibele e Camila aconteceu na horta do campus
Produtores e comerciantes de hortaliças orgânicas da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) estão contando com os conhecimentos da UFV-Florestal para incrementarem seus negócios. Eles participam do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (Senar Minas) e, na Universidade, estão obtendo conhecimentos sobre qualidades do solo e da água. A iniciativa beneficiará, entre outros, ribeirinhos do Paraopeba, rio afetado pela barragem que se rompeu em Brumadinho (MG).
No primeiro semestre de 2019, a UFV-Florestal contribuiu com o Senar Minas mobilizando 30 pequenos e médios produtores interessados e com perfil para participar do Programa – como requisitos, eles não recebiam e não tinham condição financeira para pagar por uma assistência técnica e gerencial. Neste segundo semestre, a Universidade está oferecendo capacitações e acompanhamentos para que tais produtores realizem análises do solo e da água que utilizam na irrigação das hortaliças orgânicas, distribuídas na região, incluindo a capital Belo Horizonte.
As atividades relacionadas às análises do solo estão sendo lideradas pelo Laboratório de Solos e Química, com o apoio do professor do Instituto de Ciências Agrárias (IAF) Marihus Baldotto e da técnica Débora Almeida. Já as atividades relacionadas às análises da água estão contando com a colaboração das professoras do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (IEF) Sibele Leite e Camila Villanoeva. No dia 25 de outubro, inclusive, elas ministraram um curso sobre qualidade, legislação, amostragem e tipos de análises de água para os participantes do ATeG. Na ocasião, alguns procedimentos, com amostras do próprio campus, foram realizados como exemplo (foto acima).
De acordo com Sibele, o objetivo principal é cooperar para que o produtor tenha uma visão crítica dos deveres e alternativas existentes para melhorar a qualidade da água que utiliza e, portanto, a qualidade dos produtos. “Como professores, contribuir com a sociedade, além da formação dos estudantes, é muito importante”, disse, destacando a participação da UFV-Florestal neste processo.
Há três anos aprimorando a horta e o sistema agroflorestal da sua propriedade, Geraldo Diniz disse que os conteúdos que obtém por meio do ATeG e na Universidade realmente fazem a diferença. Ele está em processo de certificar a qualidade da água que utiliza e afirmou que a troca de conhecimentos com as professoras Sibele e Camila foram muito importantes para compreender melhor e atender às exigências dos órgãos responsáveis.
Parceria
Para conquistar seus objetivos, como implementar métodos de produção inovadores, o ATeG investiga bem as propriedades rurais que atende. Conhecendo o solo e a água, por exemplo, é possível cultivar de maneira mais contínua e saudável, o que é um dos focos da olericultura orgânica, como explicou a engenheira ambiental que acompanha e auxilia este grupo do ATeG, Fernanda Almeida. “O processo de análise da água ainda é pouco realizado; a análise do solo é mais comum na rotina do produtor”, comentou. Em um futuro próximo, a ideia é fortalecer a parceria para que a Universidade possa realizar tais análises.
Contar com a Universidade neste processo, segundo Fernanda, também será importante para comprovar que os produtos dos comerciantes ribeirinhos do Paraopeba não correm o risco da contaminação, já que o rio foi afetado pela barragem de rejeitos de extração de minérios que se rompeu em Brumadinho. Apesar de não utilizarem a água do Paraopeba na irrigação das hortas, estes comerciantes têm sofrido com a falta de informações e a desconfiança de alguns consumidores.
O diretor de Extensão e Cultura, Wanderson de Souza, e a técnica Dirce Bezerra, que atua no convênio entre UFV-Florestal e Senar Minas, consideram as interações entre Universidade e ATeG muito positivas, já que também contribuem com as atividades de ensino e pesquisa da instituição. Os estudantes têm a oportunidade de acompanhar os trabalhos realizados tanto dentro dos laboratórios do campus quanto em visitas às propriedades rurais, como ressaltou Wanderson.
Um pouco mais sobre o ATeG
O ATeG se diferencia de outros programas do tipo pela continuidade – visitas mensais durante dois anos – e pela assistência gerencial que oferece. “Auxilia o produtor a enxergar a propriedade como um empreendimento”, como explicou Fernanda.
Em Florestal, o Programa também está inovando ao oferecer, pela primeira vez, assistência na área da olericultura orgânica. “Temos um despontar da agroecologia e um aumento do número de consumidores interessados em produtos orgânicos. O Senar Minas identificou esta busca por um modelo de produção não convencional”, contou Dirce.
Mais informações sobre a parceria também estão disponíveis no site do Senar Minas.
Comunicação Institucional do campus UFV-Florestal
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