Extensão

Campus Viçosa

Troca de Saberes possibilita reflexões durante 90ª Semana do Fazendeiro

15/07/2019

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Com a chegada da 90ª Semana do Fazendeiro, no sábado (13), o gramado do edifício Arthur da Silva Bernardes ganhou tendas de bambu e barracas de feira para receber a Troca de Saberes, uma importante atração do mais tradicional evento da UFV. Até esta segunda-feira (15), foram três dias de apresentações, socializações e discussões de experiências e conhecimentos por meio da ressignificação e reelaboração dos saberes produzidos dentro e fora da Universidade. 

A 11ª edição da Troca de Saberes teve como tema Não vamos recuar, vamos ecoar cada vez mais forte. Na mística de abertura, os alunos da turma de 2019 do curso de Educação no Campo (Licena) realizaram uma performance que refletiu sobre a atividade de mineração no Brasil. Os estudantes andaram pelo gramado com os corpos cobertos de lama, lembrando as vítimas dos acontecimentos de Bento Ribeiro e Brumadinho (MG), e gritaram palavras de ordem sobre agroecologia e direitos humanos. Segundo Jaqueline Maia, uma das integrantes do grupo, o objetivo da performance foi “tocar o coração das pessoas” sobre as consequências da extração de minério.

Logo depois, a mesa de abertura contou com falas de representantes indígenas, quilombolas e de assentamentos. O pró-reitor de Extensão e Cultura, José Ambrósio Ferreira Neto, destacou a importância de haver espaços de interface entre a universidade e a sociedade, ressaltando a pertinência da inclusão da Troca de Saberes na Semana do Fazendeiro. A mesa também teve a presença de Irene Cardoso, professora do Departamento de Solos (DPS), que falou sobre a necessidade de se ter água, terra e ar de qualidade no processo de produção de alimentos; e de Nama Puri, indígena da etnia Puri, que frisou as diferenças entre os povos nativos e os colonizadores em relação ao trato com a natureza.

Enquanto isso, do outro lado do gramado, a animação tomava conta da Troquinha de Saberes, espaço voltado para crianças a partir de quatro anos de idade. Os integrantes do Projeto Curupira, que faz parte do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM), contou, de forma lúdica, a história dos povos nativos brasileiros antes e depois do descobrimento. Mais tarde, as crianças puderam participar das atividades de capoeira promovidas pelo grupo Conviver, também do CTA-ZM.

A Troca de Saberes atraiu, também, visitantes que vieram de longe. Os alunos do curso de Agroecologia da Fundação Helena Antipofe, localizada em Ibirité, na região Metropolitana de Belo Horizonte, estiveram em Viçosa para apresentar os trabalhos realizados em sala de aula, como fogões à lenha, poços de peixe e Sistemas Agroflorestais (SAF). Para Deucilene da Silva, estudante ibiritense, a importância da Troca é adquirir conhecimento e fazer amizades. “O nome do evento diz tudo: dar e receber o que os companheiros têm a oferecer e aprender o que ainda não se sabe”, relatou.

No domingo (14), às 16h, a 11ª edição recebeu a inauguração do Polo Agroecológico da Zona da Mata. A Zona da Mata mineira foi instituída como Polo Agroecológico e de Produção Orgânica por meio da Lei 23.207/18, que ressalta ações governamentais norteadas por princípios como desenvolvimento sustentável, segurança e soberania alimentar, participação e protagonismo social. Entre suas diretrizes estão listados o apoio a pesquisas científicas e sistematização de saberes e experiências populares; o fomento ao agroturismo; e o reconhecimento da importância da agroecologia, da agricultura familiar e dos povos tradicionais para a agrobiodiversidade e a segurança alimentar.

Já no último dia do evento foram realizadas instalações artístico-pedagógicas e um ato público. As fotos da 11ª Troca de Saberes podem ser conferidas neste link

Davi Medeiros

Fotos: Daniel Sotto Maior

Divulgação Institucional