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09/05/2019
Quem vê os pequenos vasos de plantas no viveiro do Departamento de Engenharia Florestal da UFV não imagina que ali existem patrimônios genéticos milenares de árvores nativas do Brasil, algumas em extinção. O mais impressionante é que estas pequeninas mudas já dão flores que podem fazer com que estas raras espécies se reproduzam rapidamente. Enquanto na natureza os processos de nascer, crescer e se reproduzir demorariam pelo menos 20 anos, dependendo da espécie, com as técnicas utilizadas pela UFV, é possível gerar novas plantas com flores, frutos e sementes em apenas um ano. A tecnologia está á disposição da sociedade para conservar, resguardar e reproduzir importantes patrimônios genéticos de espécies nativas.
A técnica que induz a floração de plantas para permitir a reprodução de materiais genéticos precocemente já é comum em árvores de grande interesse comercial como o eucalipto. Mas esta é a primeira vez que ela é adaptada e utilizada em espécies nativas como o Jatobá, Jequitibá, Ipê, Mogno, Aroeira e Jacarandá. O protocolo que desenvolve plantas anãs com floração em apenas um ano foi desenvolvido na dissertação de mestrado de Gleidson Guilherme Mendes, orientada pelo professor Glêison Santos do DEF/UFV.
Os pesquisadores explicam que as mudas plantadas em vasos são pequenas e baixas, mas produzem flores em tempo recorde, permitindo acessar o DNA das plantas e realizar cruzamentos controlados, gerando indivíduos melhorados geneticamente e mais adaptados às condições do local onde serão plantadas.
Por enquanto o foco da pesquisa é a conservação genética das árvores nativas. Gleison Santos cita como exemplo de utilização da técnica as árvores que foram cobertas por lama nos desastres da mineração em Mariana e Brumadinho. “Antes que morram, as árvores podem ser enxertadas, ter o seu genótipo resgatado e as mudas levadas para pomares indoor para serem reproduzidas. Em tempo recorde será possível ter uma cópia fiel do indivíduo que iria se perder em desastres ambientais”, disse ele. Em apenas um ano, uma árvore, com DNA idêntico à original, poderia ser replantada em projetos de restauração florestal de espécies nativas nessa região. O exemplo dado vale também para reflorestar outras áreas desmatadas que precisam ser recuperadas.
O projeto desenvolvido no Programa de Tecnologia e Desenvolvimento em Melhoramento Florestal da UFV (GenMFlor) cria também um banco de germoplasma in door das espécies nativas utilizadas no trabalho. Por enquanto, ele está sediado no Departamento de Engenharia Florestal e conta com apoio financeiro da Sociedade de Investigações Florestais (SIF). Agora, os pesquisadores querem criar um grande banco de conservação genética das árvores nativas em uma grande área de plantio no Campus de Florestal da UFV, que está dentro da bacia do Rio Paraopeba, recentemente atingida pelo rompimento da barragem de Brumadinho. “Nesta área, as árvores estarão protegidas para se desenvolverem e gerarem novos indivíduos que farão a recomposição florestal” comenta o pesquisador Gleidson Guilherme Mendes.
Léa Medeiros
(Divulgação Institucional)
A técnica permite acessar rapidamente o DNA de uma planta para clonar espécies nativas.
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