Campus Viçosa
27/08/2013
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Imagine alguém tendo um ataque cardíaco em um local distante de recursos médicos, como em uma zona rural, por exemplo. A demora em um diagnóstico preciso e a distância podem ser fatais nessas horas. Pensando nisso, pesquisadores do Departamento de Engenharia Elétrica da UFV estão desenvolvendo um equipamento capaz de enviar dados de um eletrocardiograma por meio da corrente elétrica. Dotados de um modem ligado na tomada, funcionários de um posto de saúde podem enviar esses dados para uma avaliação médica em tempo real, agilizando o diagnóstico e a tomada de decisões em casos mais graves.
Os pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Análise de Sinais (Nias) da UFV utilizam a corrente elétrica já existente para a transmissão de sinais eletrocardiográficos sem custos adicionais. A tecnologia é conhecida como Power LineComunication (PLC). Ela processa os dados emitidos pelo aparelho eletrocardiógrafo por meio de um modem especializado e envia-os para outro dispositivo que reconstrói o sinal.
Além de exames cardiográficos, essa tecnologia também poderá ser utilizada para qualquer outro exame eletrofisiológico, como por exemplo, o eletroencefalograma. Ou seja, basta ter o modem e energia elétrica para facilitar o diagnóstico de doenças em pacientes de difícil locomoção e residentes em regiões onde o acesso à internet é inexistente.
Segundo o professor Leonardo Bonato Felix, que coordena a equipe responsável pelo estudo, a corrente elétrica está presente em 98% das localidades brasileiras e é a melhor alternativa de comunicação principalmente nas regiões afastadas. “Qualquer ponto de energia de um edifício ou residência, ligado à rede elétrica, é um potencial ponto de transmissão de sinais, sem nenhum cabeamento adicional”, explica.
No entanto, apesar da situação favorável, o professor Felix afirma que um dos grandes empecilhos para utilização em larga escala desse sistema é a falta de padronização das redes da Aneel, além do custo dos equipamentos e da ausência de regulamentações das tarifas. Para ele, “a realização do projeto agrega conhecimentos nas áreas de processamentos de sinais biológicos e da tecnologia PLC, que tem despertado a atenção de governos e investidores de todo o mundo e está se desenvolvendo rapidamente no país”. Além disso, os estudos da prática médica a distância permitem uma interação entre profissionais da saúde e agilidade para o serviço público de saúde.
Na foto abaixo, Joyce Oliva Gaio, mestranda em Engenharia Elétrica, e o professor Leonardo Bonato Felix exibem o modem criado pela equipe.
(Janaina Campos, bolsista)
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