Campus Viçosa

Há 50 anos laboratório da UFV é referência em avaliação de fertilidade do solo

17/12/2015

O Laboratório de Análises Químicas de Rotina para Avaliação da Fertilidade do Solo – o mais antigo ligado ao Departamento de Solos (DPS) da UFV - está completando 50 anos em dezembro. Durante este tempo, ele vem cumprindo um importante papel para o desenvolvimento sustentável da atividade agrícola, ao contribuir para o diagnóstico da fertilidade dos solos brasileiros. Só em 2015, foram realizadas aproximadamente 10 mil análises. Em média, 70% das amostras analisadas foram demandas de produtores rurais, em especial da lavoura cafeeira da Zona da Mata mineira. Além de atender agricultores de todo o país, o laboratório também presta serviços à comunidade científica, pesquisadores e estudantes de pós-graduação.

Apesar da data comemorativa, o responsável técnico do laboratório, o professor Reinaldo Cantarutti, assegura que o seu surgimento se confunde com a própria história da Universidade, uma vez que já oferece esses serviços desde a implantação da área de solos ainda na antiga Escola Superior de Agricultura e Veterinária (Esav). A institucionalização só veio a ocorrer anos mais tarde com a liderança do professor Alexis Dorofeeff. Segundo Reinaldo, "a análise química de solo foi a primeira atividade de extensão da Universidade, antes mesmo da Semana do Fazendeiro". O ano de 1965 apenas coincide com a fundação de um prédio que iria abrigar as atividades da área de solos na UFV.

Análise química
O professor Reinaldo Cantarutti explica que a análise química dos solos ajuda fundamentalmente na definição dos tipos e quantidades de nutrientes que devem ser aplicados nas lavouras. Com isso, é possível determinar a quantidade certa para atingir a máxima produção com menores impactos ambientais e maior economia.

O uso racional de insumos é um debate muito recorrente no agronegócio. "Quanto menos férteis são os solos, mais eles são necessários", afirma Reinaldo. Mas o professor também pontua que mesmo um terreno produtivo precisa de insumos, pois pode se tornar infértil no futuro. Para ele, no Brasil, não há como fazer a reposição de nutrientes sem o uso de corretivos e fertilizantes. Apesar de ser constituído majoritariamente por solos muito pobres, Reinaldo destaca que o Brasil é um exemplo de alta produtividade agrícola em uma área tropical. Em sua avaliação, as atividades do laboratório e do Departamento de Solos da UFV têm uma grande contribuição no desenvolvimento do agronegócio no país.

Controle de qualidade
A excelência do Laboratório de Rotina de Fertilidade do Solo deve-se tanto ao fato de estar vinculado ao DPS quanto ao cuidadoso controle de qualidade das amostras. Ele integra o Programa Interlaboratorial de Controle de Qualidade das Análises de Solo do Estado de Minas Gerais (Profert), baseado nos métodos de análises definidos pela Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais.

Reinaldo Cantarutti afirma que o laboratório sempre zelou pelo atendimento com presteza, dentro dos padrões de segurança da informação. Periodicamente, acontece uma avaliação interna para monitorar seus procedimentos. Além do responsável técnico, o laboratório conta com uma equipe de seis pessoas coordenadas pelo servidor Írio Fernando de Freitas.  Embora não tenha relações diretas com o ensino, o espaço acaba sendo uma vitrine para que os estudantes conheçam a estrutura de um laboratório de rotina.

Vale lembrar que 2015 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional dos Solos. Ao longo dos últimos 12 meses, diversas atividades de promoção e divulgação foram realizadas, com destaque às ações promovidas pelo Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeeff e pelo Departamento de Solos, com a exposição Solos de Minas com monolitos preparados pelo professor do DPS, Walter Abrahão.  

Nas fotos, registros do laboratório e de sua equipe.

(Carolina Pires)

.