Campus Viçosa

Fórum discute técnica inovadora de conservação de corpos humanos e animais

09/04/2014

A UFV promoveu, na manhã dessa terça-feira (8), o Fórum sobre a técnica da Plastinação, iniciativa conjunta do Departamento de Medicina Veterinária, do Centro de Ciências Biológicas e da Pró-reitoria de Ensino. O evento aconteceu no Anfiteatro do Departamento de Medicina Veterinária, com a participação de professores e estudantes dos três campi, e contou, em sua programação, com duas palestras ministradas pela presidente da Sociedade Brasileira de Anatomia, a professora da Universidade Federal da Bahia Telma Masuko.

Os temas tratados exploraram as perspectivas e os desafios do ensino da anatomia no Brasil, dentre eles a substituição do uso do formol pela plastinação. Trata-se de uma técnica de preservação da matéria biológica, criada na década de 1970, que substitui líquidos do corpo, como água e lipídios, por resinas elásticas de silicone. O processo permite que corpos e músculos sejam expostos por longo tempo, sem necessidade de conservantes adicionais, e não representa riscos para aqueles que os manipulam.

O uso do formol, tradicional na conservação de cadáveres, tem sido crescentemente restringido no Brasil e já é proibido em diversos países. “O formol é uma substância tóxica, volátil e cancerígena. Seu descarte é caro e feito de maneira inadequada. A plastinação é um método alternativo de conservação mais seguro e limpo”, explica Masuko. Segundo ela, o grande desafio para o estudo da anatomia tem sido a aquisição de cadáveres e a plastinação é uma proposta adequada a essa demanda, pois a duração do corpo é muito maior. 

Para o organizador do evento, professor Tarcísio Antônio Rêgo de Paula, da Medicina Veterináriao Fórum buscou também juntar esforços entre os cursos da instituição para a criação de um laboratório de plastinação. “A proposta é fazer um laboratório multicurso, multi-instituição capaz de oferecer peças para quem estuda anatomia”. Ele salienta ainda que a ideia é promover um workshop em breve sobre o assunto.

A expectativa, de acordo com Telma Masuko, é a de que, nos próximos cinco anos, haja ao menos 30 laboratórios em atividade no país. Atualmente, o Brasil possui dois que já utilizam a técnica (Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade de São Paulo), 15 em processo de implantação e outros 20 interessados.

Outras informações sobre a técnica podem ser obtidas no site da Sociedade Brasileira de Anatomia. Confira também as fotos da exposição Body Worlds, de corpos que foram introduzidos na técnica da Plastinação. (http://www.bodyworlds.com/en.html). Abaixo, registros do evento.

 

(Iago Miranda)

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