Campus Viçosa

Bacia do Rio Doce: primeiros convênios entre UFV e Fundação Renova são assinados

28/03/2018

Foto: Instituto Amazônia

Os primeiros convênios para realização de pesquisas e ações visando à recuperação dos impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), foram assinados por representantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV), da Fundação Renova e da Sociedade de Investigações Florestais (SIF). Os projetos a serem desenvolvidos vão ter a participação de professores, técnicos e estudantes de graduação e pós-graduação da UFV.

Entidade responsável pela gestão de programas de reparação das áreas impactadas, a Fundação Renova buscou a UFV – primeira instituição de ensino superior com a qual assinou um acordo de cooperação – em função da excelência da Universidade nessa área de conhecimento. “Pela proximidade com a região afetada e por dispor de pesquisadores que são referência no assunto, a Federal de Viçosa apresenta o perfil mais apropriado para levarmos adiante as iniciativas necessárias”, explicou Leonardo Silva, um dos integrantes da Renova, que, acompanhado por outro integrante da Gerência Socioambiental da Renova, Fábio Nabeta, destacou o caráter inédito dos estudos e ações a serem implementados. “Os convênios tratam da restauração de metade dos dois mil hectares impactados. A recuperação de uma área atingida por rejeitos desse tipo requer novos saberes e técnicas alternativas, e nesse sentido a presença dos profissionais e estudantes da UFV se torna ainda mais importante”, acrescentou.

Um dos convênios assinados tem como objetivo definir critérios para a priorização das áreas a serem restauradas, produzindo análises que servirão como fundamento para ações posteriores. Sob coordenação do professor Sílvio Pereira, do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV, terá duração de um ano. O outro é destinado à restauração ecológica e ao estabelecimento de diretrizes para o monitoramento de áreas restauradas, tendo previsão de ser executado em três anos. Seu coordenador, o professor Sebastião Venâncio Martins, do Departamento de Engenharia Florestal, já esteve na região afetada pelo desastre fazendo avaliações preliminares. “É uma grande oportunidade e um desafio calculado. Temos uma proposta técnica bastante embasada e pretendemos criar indicadores precisos que permitam restaurar a mata ciliar, oferecendo condições para que, a partir de certo ponto, a própria natureza se encarregue”, disse.

Considerado o maior desastre ambiental da história brasileira, o rompimento da barragem de Fundão aconteceu no dia 5 de novembro de 2015. Rejeitos provenientes da extração de minério de ferro pela empresa Samarco inundaram a região, causando mortes, destruição e afetando a bacia do Rio Doce, com graves consequências para diversos ecossistemas e para o sustento de milhares de pessoas. No ano seguinte, por força de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), foram iniciadas as atividades da Fundação Renova, com vistas à gestão de programas e projetos de recuperação – entre os quais os que acabam de ser firmados com a UFV.

Na universidade, os dois convênios recentemente assinados terão seus recursos geridos pela SIF. “Nossas expectativas são as melhores possíveis. É uma excelente oportunidade para contribuirmos com o desenvolvimento da região”, observa o Diretor Geral da entidade, Sebastião Renato Valverde. “Estamos safisfeitos na medida em que podemos cumprir nossos objetivos, viabilizando iniciativas e fomentando atividades de ensino, pesquisa e extensão”, acrescenta o gerente executivo da SIF, Ismael Pires. Essa parceria e os projetos decorrentes estão também sendo acompanhados pela Diretoria de Relações Institucionais (RLI) da UFV, representada na ocasião por seu diretor, professor  Alair Freitas.

Divulgação Institucional

Os recursos dos convênios assinados entre a UFV e a Fundação serão geridos pela SIF