Campus Viçosa

Primeira dissertação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química é defendida

20/02/2018

Gustavo Puiatti foi orientado pela professora Renata Moreira

A indústria têxtil tem como um de seus grandes desafios a necessidade de tratar adequadamente a água utilizada nos seus processos produtivos, chamada usualmente de efluente. No processo de beneficiamento têxtil, uma parcela significativa dos corantes não se fixa aos tecidos quando aplicados, sendo carreada para o efluente da indústria. O efluente, após tratamento, geralmente é lançado em corpos superficiais d’água. No entanto, métodos de tratamento convencionalmente utilizados são por vez ineficientes para remoção dos corantes dos efluentes. Entre outras consequências, a presença dos corantes têxteis em corpos d’água pode prejudicar a penetração da luz solar, limitando os processos fotossintéticos e acarretando no desequilíbrio dos ecossistemas naturais. A rigidez das normas ambientais e o aumento da conscientização por parte da população vêm estimulando a busca por alternativas mais eficientes para tratar esses efluentes antes de sua disposição final.

Razões como estas tornam ainda mais relevante a primeira dissertação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPGEnQ) da UFV, defendida, na última sexta-feira (16), no auditório do Departamento de Química (DEQ), no campus Viçosa. O trabalho, intitulado Degradação de corante têxtil por nanopartículas bimetálicas de Fe/Ni suportadas em esferas de quitosana em reator de leito fluidizado, foi desenvolvido pelo mestrando Gustavo Alves Puiatti, graduado em Engenharia Ambiental pela UFV, com orientação da professora Renata Pereira Lopes Moreira e coorientação do professor André Fernando de Oliveira. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Nanomateriais e Química Ambiental (Lanaqua), parte da estrutura do DEQ.

Estudos têm demonstrado que os corantes têxteis podem ser removidos dos efluentes por meio de sua degradação através de reações com as nanopartículas à base de ferro. No entanto, algumas adaptações, como a incorporação de outro metal, por exemplo o Níquel, nas nanopartículas e seu suporte em materiais, como a quitosana, foram estudadas na dissertação visando a aplicação dessa tecnologia em escala industrial. O material produzido foi então testado em um tipo de reator em escala-piloto corriqueiramente utilizado na indústria química (reator de leito fluidizado) na pesquisa.

Outros trabalhos estão em andamento no Lanaqua para, futuramente, estabelecer comparações com a degradação realizada em reator de leito fixo. O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, professor Fábio de Ávila Rodrigues, destaca a rápida evolução das atividades desenvolvidas pelos pesquisadores. “Estamos orgulhosos e trabalhando cada dia mais no crescimento e consolidação do PPGEnQ”, afirmou.

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