Campus Viçosa
03/10/2017
Márcia Lamêgo, no laboratório de Infectologia Molecular Animal, onde foi desenvolvida a pesquisa
Uma vacina para imunizar suínos contra o circovírus suíno 2 (PCV2), produzida por pesquisadores da UFV, acaba de ser patenteada na Colômbia. Esta é a segunda patente internacional conquistada pelo produto tecnológico. A primeira foi nos Estados Unidos, em agosto. Com a nova concessão, a Universidade e a Fapemig, que detêm a titularidade da patente, terão um monopólio de 20 anos para comercialização da vacina na Colômbia.
Segundo informações da Comissão Permanente de Propriedade Intelectual da UFV (CPPI), embora cada país tenha suas próprias legislações de propriedade intelectual, a concessão norte-americana foi um indicativo para que a patente pudesse ser concedida nos outros países em que foi solicitada (Brasil, Colômbia, Rússia, China, Europa, Uruguai e Argentina). Esta é a primeira patente da UFV na Colômbia. Ainda segundo a CPPI, agora a UFV possui 29 patentes registradas no Brasil, sete no exterior e 19 pedidos internacionais depositados.
A vacina é fruto de mais de 15 anos de trabalho das equipes coordenadas pelos professores Márcia Rogéria de Almeida Lamêgo, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (DBB/LIMA/BIOAGRO), e Abelardo Silva Júnior, do Departamento de Veterinária (DVT). Para chegar ao produto, os pesquisadores isolaram e sequenciaram o DNA de um genótipo viral considerado o mais patogênico e amplamente distribuído nas granjas brasileiras e em outros países. Os resultados obtidos nas provas de campo, em camundongos e suínos naturalmente infectados, mostraram que o protótipo desenvolvido tem eficiência superior às vacinas importadas disponíveis no mercado brasileiro.
O vírus PCV2 ataca granjas em todo o mundo, causando definhamento dos leitões e prejuízos aos produtores. Até agora, as vacinas para prevenção das infecções são importadas e muito caras no Brasil. A vacina desenvolvida pela UFV será mais barata e mais eficiente, mas ainda está em fase de adaptações para produção em escala industrial. Ela deverá chegar ao mercado, até 2019, por meio de uma parceria com a empresa “Ourofino Saúde Animal Ltda”, responsável pela produção. O desenvolvimento da tecnologia vacinal do PCV2 foi financiado pela Fapemig e pelo CNPq.
Segundo a professora Márcia Rogéria, o grupo de pesquisadores está muito feliz por mais uma concessão de patente para a vacina. “Entretanto, ainda temos muitos desafios e um longo trabalho para finalizar a vacina e colocá-la no mercado”, diz. As pesquisas para o desenvolvimento final do produto estão sobre a responsabilidade da empresa licenciada. Ainda para a professora Márcia Rogéria, o apoio da Comissão Permanente de Propriedade Intelectual da UFV foi fundamental para o processo da patente colombiana e será também para os novos pedidos em outros países. “A Universidade tem conquistado um grande conhecimento para que pesquisadores consigam a propriedade intelectual dos produtos desenvolvidos aqui”, disse ela.
Léa Medeiros
Foto: Daniel Sotto Maior
Divulgação Institucional
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