Campus Viçosa

Reitoria esclarece situação do Edifício Arthur Bernardes e continua aberta ao diálogo com estudantes

26/10/2016

O Edifício Arthur Bernardes, principal sede administrativa da Universidade Federal de Viçosa, permanece ocupado por um grupo de estudantes desde a madrugada de 18 de outubro. Naquele dia, o movimento publicou uma carta-manifesto reivindicando posicionamento público da UFV em relação à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, à Medida Provisória que altera o ensino médio e à participação nos debates e deliberações sobre modificações nos restaurantes universitários.

Na quarta-feira (19), a reitora da UFV, professora Nilda de Fátima Ferreira Soares, acompanhada de outros membros da administração da Universidade, participou de uma reunião com os estudantes e esclareceu questionamentos relacionados às reivindicações divulgadas pelo grupo. Na reunião, a reitora explicou que o posicionamento oficial da Universidade somente poderia ser tomado pelo Conselho Universitário (Consu). Ela esclareceu ainda que, sobre alterações no ensino médio, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) propôs um fórum de discussão em cada regional, sendo que o da região Sudeste está previsto para 6 a 8 de novembro, em Vitória (ES). A reitora informou também que o Consu solicitou à Pró-reitoria de Assuntos Comunitários (PCD) a elaboração de estudos sobre custos de produção e políticas de utilização dos restaurantes universitários, que terá participação de todos os segmentos da comunidade universitária. Na sexta-feira (21), o Consu se manifestou, em nota, contrário à PEC 241.

Desde a ocupação do Edifício Arthur Bernardes, a administração da Universidade vem realizando reuniões internas para esclarecimentos sobre rotinas e medidas emergenciais após a ocupação. A administração está empenhada em atender aos pleitos e em respeitar democraticamente a ação dos estudantes, mas também está atenta a diversas implicações do movimento para a rotina da instituição.

Na segunda-feira (24), a comissão de comunicação do movimento “Ocupa Bernardão” entregou, em mãos, um ofício à reitora, permitindo a entrada, no Edifício Arthur Bernardes, de pessoas da administração devidamente identificadas “para pegar documentos, processos e tokens de acesso referentes à assistência estudantil, bolsas de ensino, pesquisa e extensão em geral, salário de terceirizados e empenhos”. Além de afirmar que a ocupação do Edifício continuará por tempo indeterminado, o conteúdo do ofício expõe que “não será permitida a permanência dessas pessoas no prédio por mais tempo que o necessário para pegar esses documentos”.

No mesmo dia, a reitora se reuniu com os diretores dos centros de ciências e pró-reitores para a discussão do ofício. Foi unânime o entendimento de que tal medida é insuficiente, pois alguns dos softwares e documentos específicos necessários às rotinas institucionais estão restritos a computadores localizados no Edifício, inclusive por questões de segurança. Por isso, a retirada de processos e tokens não seria solução para minimizar os impactos da ocupação e a precariedade dos atendimentos atuais. O grupo de gestores também entendeu que as necessidades acadêmicas e administrativas, atualmente represadas, extrapolam, em muito, as citadas pelo documento entregue, já que há interdependência dos setores em funcionamento no Edifício e os demais órgãos da Universidade.

Pautados pela confiança no diálogo, membros da administração da UFV dirigiram-se, na tarde dessa terça-feira (25), aos ocupantes, informando que a reitora gostaria de participar, naquela mesma tarde, de uma reunião com os estudantes, no Edifício Arthur Bernardes. O objetivo era compartilhar o entendimento dos gestores sobre o ofício enviado pelos estudantes. Na ocasião, o grupo agradeceu ao convite, mas disse que só poderia se reunir com a reitora após deliberação em assembleia.

A administração da UFV continua aberta ao diálogo na expectativa de construir uma solução conjunta e definitiva, visando reestabelecer a normalidade acadêmica e administrativa da instituição. Entretanto, vê com preocupação o fato de que há compromissos que não podem ser postergados, como a emissão de empenhos, cujos prazos limite são os dias 04 e 10 de novembro, dependendo da natureza orçamentária do recurso, e que o seu não cumprimento trará grandes prejuízos à comunidade universitária.