Campus Viçosa

Sustentabilidade atrai participantes para cursos da Semana do Fazendeiro

17/07/2015

O curso aconteceu no Pavilhão de Aulas II do campus Viçosa

A preocupação e o interesse pela sustentabilidade foram marcas da 86ª Semana do Fazendeiro. Elas foram ressaltadas tanto pela Universidade, que propôs o tema Campo e Cidade: diálogo para um futuro sustentável, quanto pelos participantes, que procuraram e lotaram cursos relacionados à área.

A estudante de Ciências Biológicas da UFV Naila Castro, por exemplo, participou do curso sobre produção de tijolos solo-cimento, também conhecidos como tijolos ecológicos (foto). Sua família adquiriu um sítio e, no espaço, de acordo com ela, pretende construir uma casa segura, confortável, econômica e, principalmente, sustentável. “O mundo está pedindo isso!”. Seus questionamentos sobre o tratamento que o tijolo recebe depois de pronto e como são realizadas as etapas de encanamento e de fiação de uma construção com tijolo solo-cimento foram todos respondidos. “Fica muito bem feito. Agora, vou passar tudo o que aprendi para a minha família”.

O ministrante do curso, o mestrando da Universidade Estadual Paulista Thomaz Lourenço de Mattos, explicou que as vantagens do tijolo ecológico em relação ao convencional são muitas. Além de ser modulado e proporcionar uma economia de 40% a 60% com materiais – como ferragem, conduíte e concreto –, a construção com ele acontece de maneira mais rápida, com economia de mais de 50% de tempo. “Em São Paulo (SP), dois pedreiros construíram uma casa de 60 metros quadrados em três dias, o que, de maneira convencional, demoraria meses”. Outras vantagens são os confortos térmico e acústico e a durabilidade maior.

O tijolo pode ser produzido com qualquer tipo de solo. E a resistência desse solo é que indicará a quantidade de cimento e de água a ser adicionada na mistura. “Um solo resistente, por exemplo, 90% arenoso e 10% argiloso, precisará de 6% a 11% de cimento”. Depois, o tijolo é prensado e passa para a etapa de cura, que acontece por meio de hidratação com água.

Entre as vantagens para o meio ambiente, a produção do tijolo ecológico não contém processos de queima e, por isso, não elimina gases para a atmosfera, além de não gerar resíduos por ser modulado.

Utilização de energia
O consumo consciente de energia elétrica, principalmente por meio dos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, foi abordado pelos graduandos em Economia Doméstica da UFV Camila Teixeira e Jardel Silva. Eles falaram sobre ações simples que não deixam a conta de energia virar um problema para o orçamento doméstico e que contribuem para a manutenção e conservação do meio ambiente. Uma das dicas passadas foi evitar deixar o carregador do telefone celular conectado em uma tomada quando não estiver sendo usado. Segundo eles, muitos usuários desconhecem que, nesse caso, o carregador continua consumindo energia elétrica.

Os ministrantes do curso também abordaram a atual condição do país e as tarifas aplicadas em relação ao consumo de energia. “Algumas pessoas ainda acham que o consumo individual é que está sendo considerado na cobrança, mas, na verdade, é o consumo do país inteiro”, destacou Camila. E essa informação chamou a atenção de Marcelo Cangussu, produtor de gado de corte em Rondon do Pará (PA): “a bandeira tarifária se refere à coletividade. Eu achava que apenas eu tinha que economizar para voltar para a bandeira verde”.

Marcelo ainda ressaltou que a sustentabilidade “é uma preocupação que está em voga no dia a dia, da casa e da propriedade” e que o curso auxiliará os produtores rurais a contribuírem com a questão. “Valeu a pena, pelos conhecimentos e pelas discussões com os colegas”, avaliou.

 

(Izabel Morais)