Campus Viçosa
15/07/2015
Cerca de 150 jovens participam do evento, que tem oficinas, cursos e visitas técnicas
A 86ª Semana do Fazendeiro recebeu um novo público na terça-feira (14): os cerca de 150 integrantes da Semana da Juventude Rural. Durante três dias, eles participarão de oficinas, cursos e farão visitas técnicas vestindo camisetas azuis, as mesmas que coloriram o auditório do PVB, na tarde de terça, quando aconteceu a abertura da Semana. A presença deles, claro, teve registros em muitas selfies produzidas no local.
As boas-vindas foram dadas pelo gerente regional da Emater de Cataguases, Celso Luiz de Oliveira, pelo pró-reitor de Extensão e Cultura, Clovis Andrade Neves, e pela reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares. Na condição de anfitriã e com o desejo de conhecer os jovens visitantes da UFV, a reitora pediu que alguns deles fossem até a frente da sala para que, representando os demais, comentassem sobre suas expectativas com relação à Semana da Juventude Rural, a profissão que desejam seguir e seus sonhos.
A dinâmica mostrou que a maioria ainda não sabe qual profissão escolher e que a Semana da Juventude Rural pode ajudar nessa decisão. Todos disseram que estavam no evento em busca de conhecimento. Camila Arminda de Oliveira, de 22 anos, falou que o objetivo de sua participação na Semana da Juventude Rural é “clarear as ideias”. Ela, que morou em Juiz de Fora por quatro anos, onde, inclusive, cursava faculdade de Administração, foi obrigada a voltar para o sítio em São Sebastião da Vargem Alegre (MG) depois da morte do pai. Camila divide com duas irmãs o trabalho do sítio, com a incerteza se é isso mesmo que deseja para a vida. “Lá não tem outra forma de renda a não ser a zona rural. Não sei se vou embora ou se vou ficar e continuar cuidando do que meu pai lutou muito para deixar pra gente”.
Pedro Henrique Nunes, de 16 anos, é estudante da Escola Família Agrícola (EFA) de Simonésia (MG). A pedido da reitora, ele explicou para a plateia o que é uma EFA, lembrando o compromisso dela com a sustentabilidade, e disse que, a exemplo dos outros participantes, seu objetivo com a Semana é “ter conhecimento para desenvolver a propriedade”.
Embora os sonhos da vida não tenham sido revelados nos microfones, eles foram bastante incentivados. A reitora aconselhou aos jovens que sonhem alto e incluam nesses sonhos fazer um curso superior, ter um diploma, produzir no sítio. Ela lembrou que a UFV contribui com isso durante a Semana da Juventude Rural, orientando e levando o conhecimento. “É a partir do conhecimento que a gente vai se definindo”, disse a reitora, que também chamou a atenção sobre a importância de se ser persistente e de não ceder ao mundo das drogas, que tem resultado na perda de muitos jovens. E lembrou: “o futuro desse país está nas mãos de vocês. Como é que o Brasil vai estar bem se vocês não estiverem bem, saudáveis e felizes?”
Segundo Margareth do Carmo Cruz Guimarães, que divide a coordenação da Semana da Juventude Rural com Marcelo Libânio, ambos da Emater-Viçosa, o evento tem trazido resultados bastante gratificantes. Em sete anos de realização dentro da Semana do Fazendeiro, há “experiências que emocionam”, contou Margareth. Uma delas é a de um rapaz, filho de agricultor e com condições financeiras mínimas, que chegou à Semana da Juventude Rural com o sonho de estudar Medicina Veterinária. O desejo foi alcançado em pouco tempo, depois da conquista de uma vaga gratuita em um cursinho e de trabalhos em supermercado.
Na opinião de Margareth, o evento é um grande projeto que tem que ser construído a partir da necessidade, da fala e da experiência dos jovens. Ela reconhece que ainda há muito a ser feito, mas considera que “aquele jovem que tem oportunidade de vir à Semana da Juventude Rural e que, realmente, vem para buscar alguma coisa, ele continua, ele busca informações nos escritórios da Emater e na Universidade”.
Margareth desconhece a realização de um evento dessa natureza em outras regiões do país e alimenta o desejo que ele cresça, embora o desejo maior seja o de uma política pública para a juventude: “A Semana iria culminar em um trabalho de extensão que acontecesse com o jovem no campo”.
Nas fotos, registros da 7ª Semana da Juventude Rural. Para melhor visulização, clique no centro delas.
(Adriana Passos)
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