Campus Viçosa

Simpósio discute combate à fome oculta

27/11/2014

Na data em que se celebra o Dia Nacional de Combate à Fome Oculta (27 de novembro), a UFV encerrou a programação do primeiro evento institucional sobre o tema, que aconteceu no auditório da Biblioteca Central. O I Simpósio Nacional de Combate à Fome Oculta começou na noite de quarta-feira (26) e terminou às 18h desta quinta (27). Sua programação contou com palestras e mesas-redondas que permitiram a professores, pesquisadores e estudantes da UFV e de outras instituições discutir ações de combate a uma síndrome que afeta cerca de dois bilhões da população mundial. A fome oculta é caracterizada pela desnutrição de micronutrientes (vitaminas e minerais) essenciais para o desenvolvimento físico e cognitivo dos seres humanos.

Algumas das ações debatidas durante o Simpósio estão relacionadas ao Instituto de Estudos e Pesquisas em Fortificação de Alimentos e Combate à Fome Oculta (Ipaf), que vem sendo estruturado na UFV, sob a coordenação do professor José Benício Paes Chaves, chefe do Departamento de Tecnologia de Alimentos. Um dos objetivos do Ipaf é agrupar os pesquisadores da Universidade que trabalham com fortificação de alimentos, biofortificação e educação nutricional e alimentar para que o conhecimento e a tecnologia cheguem de forma crescente à população, auxiliando na sua educação alimentar e nutricional e no combate à fome oculta.

Abertura
Na abertura do evento, o professor José Benício lembrou que, desde sua origem, a UFV tem uma preocupação com a fome, uma vez que suas primeiras atividades foram em ciências agrárias, ou seja, na produção de alimentos, que também motivaram a criação do primeiro curso de pós-graduação da área no Brasil. Ele se disse feliz com a realização do Simpósio e também de ter visto na plateia muitos pesquisadores jovens. O professor destacou que, embora os índices e relatórios de agências de todo o mundo indiquem uma redução da fome geral e da fome oculta nos últimos 25 anos, ainda há muito que fazer: “para a erradicação da fome, é preciso gente que estuda, que entenda e que contribua para a solução do problema com paixão pelo conhecimento”.

A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares, que também participou da abertura do Simpósio, destacou a importância do evento e a magnitude de sua discussão, que integrou várias áreas do conhecimento. Ela lembrou algumas contribuições da UFV, ao longo de sua história, para o combate à fome, como o desenvolvimento de variedades de grãos, e alguns estudos que vêm sendo conduzidos sobre fortificação dos alimentos, área em que também atua com pesquisas focadas em embalagens.

Também estiveram na mesa da cerimônia de abertura, registrada na primeira foto, o médico e professor da Universidade Federal de São João del-Rei, Joel Alves Lamounier; a chefe do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Maria das Graças Soares Floresta; a pró-reitora de Assuntos Comunitários, Sylvia do Carmo Castro Franceschini; o diretor do Centro de Ciências Agrárias, Rubens Alves de Oliveira; a diretora substituta do Centro de Ciências Biológicas, Rita Maria de Carvalho Okano, e o chefe do Banco de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira Fiocruz, Franz Novak.

Antes dos trabalhos começarem, os participantes do Simpósio puderam ouvir três canções apresentadas pelo Coral Nossa Voz, sob regência do maestro Ciro Tabet.

Programação
O Simpósio começou com a palestra Fome Oculta: magnitude do problema, prevenção e controle, ministrada pela professora Sylvia Franceschini (1ª foto à direita). Ao longo do segundo dia, os debates giraram em torno de diferentes temas. Dentre eles, o papel do banco de leite humano na prevenção da fome oculta; a fortificação alimentar com o uso do ferro no combate e controle da anemia ferropriva na criança, e a estabilidade de vitaminas em alimentos fortificados. Também se discutiu a perspectiva da indústria orizícola sobre o mercado de arroz fortificado e os aspectos e desafios da fortificação de arroz para a indústria.

Vale lembrar que, no Brasil, a UFV é detentora da tecnologia do arroz fortificado, que é repassada às empresas interessadas em produzi-lo por meio de uma parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). A tecnologia chegou à UFV por um convênio mantido desde 2011 com o Programa de Tecnologias Adequadas para a Saúde (PATH) - organização internacional sem fins lucrativos, sediada nos Estados Unidos. Mais informações sobre o arroz fortificado estão na edição de janeiro/fevereiro de 2014 do Jornal da UFV. 

(Adriana Passos - fotos: Daniel Sotto Maior)

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