Campus Viçosa
31/07/2014
As principais atividades rurais da Zona da Mata de Minas Gerais estão vinculadas às produções de leite e de café. Por isso, as áreas também têm destaque na Semana do Fazendeiro, que há duas edições promove os circuitos do Leite e do Café. Na 85ª edição do evento, o espaço receberá, até esta sexta-feira (1º), produtores rurais e interessados em obter consultorias e realizar cursos que envolvem esse dois produtos.
Sobre o café, um dos cursos desta quarta-feira (30) foi o de noções básicas de classificação e degustação do produto. De acordo com seu ministrante, o engenheiro agrônomo e consultor do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae), Sérgio D’Alessandro, o objetivo foi ensinar os cerca de 40 participante a identificar, classificar e conhecer os perfis sensoriais e os defeitos de diferentes tipos de café, assim como perceber o que podem modificar em suas produções e melhorar seus rendimentos. “Muitas vezes, eles não sabem o que têm nas mãos. Irão aprender qual vale mais no mercado. Quanto menos defeitos físicos o café tiver e quanto melhor for a bebida que ele gerar, mais vale no mercado”, explicou.
O metalúrgico Walter Francisco, de Ouro Preto (MG), se aposentará no próximo ano e afirmou que veio até Viçosa para aprender a iniciar e dar continuidade a uma produção de café. Essa será sua função depois da aposentadoria. Ele contou que já possui uma propriedade rural para aplicar os conhecimentos adquiridos no Circuito. Walter também passou a criar peixes, depois de se instruir sobre piscicultura em outras edições da Semana do Fazendeiro.
Atualmente, Minas Gerais produz a metade do café do Brasil, segundo Sérgio: “o país produz, em média, 50 milhões de sacas e 25 milhões delas estão no estado. Desses 25 milhões, sete milhões estão na Zona da Mata”. Apesar disso, o engenheiro agrônomo considera importante que os cafeicultores se atentem para processos de gestão, que entendam suas propriedades rurais como empresas, avaliem seus indicadores e melhorem suas produções. E o Circuito contribui para isso, como ele disse.
Uma novidade da segunda edição do Circuito do Café foi a transmissão de conhecimentos referentes à identificação e classificação de cafés especiais.
Circuito do Leite
O Circuito do Leite, que também realiza atividades diariamente, promoveu, nesta quarta-feira (30), o curso de produção de derivados do leite. Ele foi ministrado pela instrutora vinculada ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (Senar), Aline da Silva Machado. Nele, 10 participantes aprenderam a transformar o leite em produtos de qualidade, como coalhada, doce de leite, iogurte e petit suisse.
De acordo com Aline, existe espaço no mercado para esses produtos artesanais. “Algumas vezes, o produtor rural quer produzir, mas não sabe como. Ele gasta sete ou oito litros de leite para fazer um queijo e eu posso ensiná-lo a gastar cinco, por exemplo. Aqui ele aprende a fazer um produto de qualidade, com controle sanitário, e a ganhar”, disse.
De Belo Horizonte (MG), Adélia Martins de Araújo Silva veio obter novos conhecimentos com a finalidade de dar continuidade às duas fazendas que herdou dos pais. Acompanhada pelo marido, Dailton da Silva, que buscou informações sobre criação de vacas e cercas elétricas, ela quer produzir a partir do leite: biscoitos e doces estão na lista. A ideia, segundo ela, é comercializar esses produtos e voltar à Semana do Fazendeiro sempre que for possível para aprender mais.
A inovação do Circuito do Leite foi a disponibilização de uma cozinha para os cursos que, permitiu, conforme Aline, ensinar a teoria a partir da prática, o que tem funcionado bem para as comunidades do campo: “é uma metodologia de sucesso”.
Mais informações sobre a programação dos circuitos podem ser obtidas no site da Semana do Fazendeiro.
(Izabel Morais)
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