Campus Viçosa

Projeto para pequenos agricultores recebe financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates

31/10/2013

O professor Ricardo Capúcio de Resende, do curso de Engenharia Mecânica da UFV, acaba de ser contemplado com um financiamento de 100 mil dólares para colocar em prática seu projeto em agricultura. O apoio financeiro vem do Programa Grand Challenges Explorations (GCE), que financia as soluções mais inovadoras do mundo nas áreas de saúde e agricultura.

O projeto do professor Ricardo foi selecionado entre 2.700 propostas do mundo inteiro – todas inéditas. Ele foi selecionado porque criou uma máquina leve, fácil de usar e específica para mulheres agricultoras que é capaz de plantar até duas culturas ao mesmo tempo.

As máquinas semeadoras disponíveis no mercado atualmente precisam ser puxadas ou por trator ou por animal e não são tão eficientes quanto a proposta pelo professor Ricardo. Ele conta que a invenção parece um carrinho de cimento, mas é uma máquina leve e fácil de manusear, com um sistema de abrir buracos contínuos e simétricos no solo.

A invenção ainda precisa ser aperfeiçoada e o pesquisador pretende usar o prêmio do GCE para isso. “É uma máquina simples e, por isso, o custo é baixo e a manutenção é mais barata. Além disso, qualquer pessoa pode manusear. Tenho certeza de que vai ajudar muita gente”, disse o professor. Se for bem-sucedido, o projeto ainda poderá concorrer a um financiamento adicional de até um milhão de dólares.

Criado em 2008, pela Fundação Bill & Melinda Gates, o programa Grand Challenges Explorations (GCE) já financiou mais de 850 pesquisadores em 50 países. A divulgação dos projetos selecionados aconteceu na segunda-feira (28), em uma conferência promovida pela Fundação Bill e Melinda Gates, no Rio de Janeiro (RJ).

Além de Ricardo Capúcio de Resende, outros dois brasileiros também foram contemplados com o financiamento: o farmacêutico Floriano Paes Silva Junior, da Fiocruz, do Rio de Janeiro, e o engenheiro agrônomo Mateus Marrafon, pesquisador do Instituto Kairós, de Itu (SP).

“O nível de excelência dos três projetos reforça a aposta da Fundação na capacidade de inovação dos pesquisadores brasileiros para atacar problemas globais de desenvolvimento”, afirma Steven Buchsbaum, diretor adjunto de Descoberta e Pesquisa Translacional da Fundação Bill & Melinda Gates. O Brasil é hoje o quarto país que mais envia propostas ao GCE – atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e Reino Unido.

O Grand Challenges Explorations (GCE) é um programa que financia propostas inovadoras e inéditas de impacto para combater problemas globais de desenvolvimento. A cada seis meses são lançados cinco desafios. Os temas vão desde a criação de uma nova geração de camisinhas ao desenvolvimento de medicamentos para atacar doenças tropicais negligenciadas. Segundo a Fundação Bill & Melinda Gates, o GCE propõe um tema e os candidatos sugerem soluções inovadoras, que não existam no mercado para esse problema. Para participar, não é preciso ser mestre ou doutor. Qualquer profissional, de qualquer área, pode enviar suas ideias. Basta provar, em duas folhas de papel, que o projeto apresenta uma criativa solução de impacto para problemas que afligem o mundo há muito tempo.

Na fotografia, da esq. para a dir., Floriano Paes Silva Junior, da Fiocruz, Mateus Marrafon, Trevor Mundel, presidente de saúde global da Fundação Bill & Melinda Gates e Ricardo Capúcio de Resende, da UFV.

(Léa Medeiros)

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